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INVESTIGAÇÃO
O Partido Novo é realmente uma coisa nova?
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O Esquerda Diário fez uma investigação sobre o partido considerado liberal que surgiu chamado "o Novo". Apesar do nome, este partido é uma velharia com uma cara nova.

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De acordo com a revista Época, o Novo é "um intruso liberal" que furou o bloqueio das forças políticas tradicionais e se prontificou a participar das eleições. As principais bandeiras do partidos são a "redução da presença do estado na economia", privatização (o Novo defende a privatização da Petrobrás), o corte de impostos e maior eficiência do Estado. Existem setores dentro do partido que defendem a liberação da maconha e do aborto. As relações dos empresários por trás do grupo mostra que nem mesmo sua alegação de que "diminuir o estado diminuiria a corrupção" se sustentam.

Quem idealizou o partido foi João Amoedo, banqueiro ligado ao grupo Itaú como mostra a matéria do Brasil 247. A matéria do G1 de janeiro do ano passado, o Itaú junto com o HSBC foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná no caso de corrupção na Assembléia Legislativa do Paraná conhecido como Diário Secretos. As investigações apontam que os dois bancos tinham agências na Assembleia e estabeleciam relacionamento comercial e financeiro com pessoas que lhe eram totalmente desconhecidas.

Neste caso, os funcionários dos bancos HSBC e do Itaú permitiram na época a “realização de saques das contas desses correntistas de forma absolutamente contrárias às normas legais e regulamentares, realizadas por uma única pessoa, portadora de diversos cheques previamente preenchidos e assinados, ou cartões, e com uma mesma pessoa digitando várias senhas”.

Em maio de 2015, o Itaú junto com o Banco do Brasil foram usados por dirigentes da Fifa e a empresa de marketing esportivo Traffic para fazer transferências de propinas. A reportagem do Estadão mostram que os cartolas da Traffic moveram US$ 150 mil de uma conta brasileira para outra em Miami. De acordo com uma denúncia do FBI, a transição ocorreu por conta de um pagamento de propina feito a Julio Rocha, membro da Fifa e preso na Suíça.

Vale lembrar que não é somente João Amoedo do Itaú que ajudou a fundar este partido. De acordo com a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espirito do Santos, o acionista da Porto Seguro, Jayme Garfinkel, Cecilia Sicupira Giusti, Pedro Moreira Salles e Eduardo Mazelli de Vassimon doaram imensas fortunas para o partido. Além destes nomes envolvidos ao Itaú, o presidente do Unibanco também fez uma doação generosa para o Novo.

A matéria do site Exame de 10 de junho de 2015 mostrou que o BNDES estava apoiando silenciosamente as empresas de bilionários. Cerca de 24 pessoas mais ricas do país tem participação de empresas que receberam empréstimo do BNDES, sendo que a maioria destas industrias tiveram taxas abaixo do mercado pelo menos uma vez.

Numa lista de quarenta empresários, aparece o nome de Jayme Garfinkel. Uma observação curiosa, na época sua taxa de lucro tinha caído. Talvez seja um bom motivo para criar mais um partido golpista. De acordo com o site Brasil 247, no dia 21 de Março de 2013, Pedro Moreira Salles junto com Roberto Setúbal é acusado de fraude por pagar cheque não autorizados pela empresa na boca de seus caixas. Estes fatos ocorreram no período de 2000 e 2008, quando o Unibanco era independente.

Outro membro fundador do Novo é ninguém menos do que Rodrigo Constantino. Em seu blog que tem a seguinte descrição "Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda politicamente correta", Rodrigo Constantino afirma em um texto escrito em Junho de 2016 que o principal risco do Brasil não é a corrupção, mas sim o Brasil virar uma Venezuela, pois o PT "socialista" tomou de assalto a arte, as universidades, os sindicatos, as entidades de classe, a imprensa, a justiça, o Legislativo e o Executivo.

Além disso, Constantino é presidente do Conselho do Instituto Liberal e membro fundador do Instituto Milleninum. Muitos jornalistas e pesquisadores apontam o papel do Instituito Millenium como papel um protagonista na reorganização de um projeto de extrema direita, um novo IBAD dizem alguns, que busca implementar uma agenda neoliberal no país. Além disso, conforme mostra diversos blogs na internet, o Instituito Millenium é bancado por grandes empresas como a Gerdau, Globo, Abril, Banco Pactual, Banco BBM, Banco CSFB, Odebrecht, Grupo Ultra, Petropar e JP Morgan.

Neste ponto, vale a pena lembrar de alguns crimes cometidos por estas empresas. De acordo com o Estadão, no dia 16 de maio de 2016, a Polícia Federal indiciou Andre Gerdau e mais 18 na operação Zelotes por corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A RBS, empresa afiliada da Globo no Rio Grande do Sul possui inúmeras irregularidades investigada no âmbito da operação Zelotes. De acordo com a Carta Capital, a informação é cedida pela Folha de São Paulo.

Não é somente a Gerdau e a Globo que estão envolvida em corrupção. De acordo com o G1, no final de 2015, Andre Esteves dono da BTG pactual foi preso por obstruir a investigação da Operação Lava Jato e por conta disso teve que renunciar o seu cargo. Além da Pactual, não precisa dizer o tão escandaloso e nada surpreendente é o Instituto Millenium ser bancado pela Odebrecht, empresa que está sendo o foco das atenções na Operação Lava Jato.

O Partido Novo tenta passar a imagem mentirosa de que eles são uma organização que não faz parte da velha política, mas é um partido formado e apoiado pela estas velhas raposas que fazem parte do jogo sujo no regime. Na verdade, o Partido Novo é mais uma organização de direita que tenta se apoiar no desgaste dos velhos partidos da ordem para se colocar como alternativa para fazer com que os trabalhadores e demais setores populares da sociedade paguem pela crise econômica que o país está passando.

 
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