Em todo o país milhares de prefeitos tomam posse. As eleições de outubro estiveram marcadas pelo sucesso eleitoral de políticos de direita que negaram seus programas políticos e tentaram aparecer como "gestores", "empresários" e nunca como políticos. Não foi o tom das campanhas em nenhuma das maiores cidades do país os ajustes e ataques ao funcionalismo e direitos da população. Começar a hora da verdade.

Segundo estimativas divulgadas em vários meios de comunicação, ao menos 20% das prefeituras teriam dificuldade de honrar seus contratos e pagar o funcionalismo, situações dramáticas se repetem em várias cidades metropolitanas como Mesquita e Duque de Caxias na Baixada Fluminense e Ribeirão das Neves, na grande BH. Essa dificuldade da economia se combinam com crescente crise social oriunda do desemprego e ações do judiciário que deixam cidades importantes como Ribeirão Preto e Osasco em São Paulo sem prefeitos.

Em Porto Alegre, o "gestor" Marchezan (PSDB) já elevou o tom de suas críticas ao ex-prefeito ligado ao valor do IPTU preocupado com a arrecadação decrescente. No Rio de Janeiro o pastor eleito prefeito, Crivella, diverge de Eduardo Paes sobre o estado das contas da cidade maravilhosa. Em São Paulo o milionário João Doria (PSDB) tenta explorar seu marketing de gestor-demagogo e promete vestir-se de gari amanhã e iniciar um "choque" que terá como alvo a população de rua.

As dificuldades financeiras das prefeituras podem cobrar um preço ainda maior no marco do crescente desemprego, cortes em direitos sociais se farão mais e mais sentidos. E nenhum prefeito se elegeu prometendo austeridade. A dúvida é o ritmo e como se dará essa experiência de confronto entre o prometido e o realizado ocorrerá.