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Segundo delegado, assassinos do vendedor Luiz Ruas também foram vítimas
Fabricio Pena

"Tudo aconteceu porque ele foi vítima de uma infidelidade"

"Não há nada que leve que eles agrediram por ser homossexuais, moradores de rua, nasa disso"

Essa são algumas das frases proferidas pelo delegado Osvaldo Nico, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), terça-feira (27). Ele é responsável pela investigação do assassinato do vendedor ambulante, Luiz Carlos Ruas, na estação do metrô Pedro II.

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Na tentativa de desviar do fato de que o assassinato foi movido pelo ódio, busca falar sobre os assassinos em um cenário onde podem ter seus crimes compreendidos. Um deles "vítima de infidelidade", referindo-se a Alipio dos Santos. Passando a ideia que estava "descontando" em todos, não em um setor específico. Afirma que desde que saiu de casa já estava "brigando com todo mundo".

Imaginem os dois primos urinando na rua furiosos, bêbados, com soqueiras, loucos por uma briga, chega uma moradora de rua travesti e fala pra eles usarem o banheiro do metrô. Pensam eles que é "mais alguém" que podem bater? Ou enxergam um alvo histórico da intolerância, feito de saco de pancada por tantos playboys e que vive numa situação que a fragiliza ainda mais?

Aparece o vendedor Luiz Ruas tentando parar a agressão, defendendo a LGBT, e de repente vira um outro alvo. Mas este também, segundo o delegado da a entender, poderia ser qualquer um no lugar. Seguindo a mesma lógica policial, todos os milhares de jovens negros assassinados pela polícia poderiam ser "qualquer um". Mas não são!

O próprio motor de tanto ódio que o delegado acusa recai justamente contra a mulher. Tendo sido a traição o ponto de partida do "ódio em geral", retira parte da culpa não só de Alipio e seu primo, mas também de todos os que pregam o ódio contra estes setores. Como Bolsonaro e Feliciano, que dia a dia destilam o ódio em nome de Deus.

De fato a realidade do país é dura. São diários os assassinatos de LGBTs, negros, mulheres, índios, moradores de rua. A posição da polícia nesses casos segue a mesma linha de Osvaldo Nico, se não pior, pois na maioria dos casos o sangue está nas mãos dessa instituição.

 
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