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TARIFAÇO
Estragos na economia por causa da alta na gasolina: presente da reforma energética de Peña Nieto
La Izquierda Diario - México

Em pleno encerramento do ano se confirma o que desde finais de novembro se anunciava com um aumento paulatino no preço dos combustíveis, o que já provocou algumas reações, principalmente no setor agropecuário, da construção, entre outros.

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Por meio de um comunicado da Secretaria da Fazenda foi anunciado um aumento no preço da gasolina a partir de janeiro de 2017. Para o combustível de tipo Magna subirá 14%, Premium incrementará 20% e Diésel, 16%, ainda que os preços correspondentes estão vigentes a partir de 3 de fevereiro no que se anuncia será um incremento paulatino para poder ajustar-se ao mercado internacional, sob a divisão dos custos da Petróleos Mexicanos (Pemex).

Enquanto se anunciava a notícia, a imprensa nacional expunha o problema de desabastecimento de gasolina em alguns estados, onde se registrou compras de pânico [1] por parte dos usuários. Por sua vez, meios como o El País afirmam que o desabastecimento alcança já quase a metade do território nacional devido à demanda e aos problemas de produção na Pemex, ainda que as autoridades da empresa estatal declararam que se devia principalmente a roubos ou a posse clandestina.

Também sem prevê que seja a fronteira norte do país a primeira região a modificar os preços; Baixa Califórnia e Sonora serão os primeiros estados que ajustarão seus preços ao mercado para janeiro, para abril serão os estados de Chihuahua, Coahuila, Novo Leão e Tamaulipas, enquanto que o resto do país o fará a partir do mês de julho.

Setores mais afetados pela tarifação

Alguns setores da economia no país começam a especular sobre a alta de produtos, segundo previsões do Banco do México.

As autoridades do Grupo Consultor de Mercados Agrícolas (GCMA) vêm alertando sobre o efeito que este aumento causaria no setor, o qual estimam será entre 5% a 6% principalmente para hortaliças, carne de porco e trigo. Assim, a cesta básica aumentaria de 5,5% a 6% para 2017.

Por sua vez, a Câmara Mexicana da Indústria da Construção (CMIC), segundo uma recente publicação do diário La Jornada, estimou que em 2017 se registrará um aumento de 12% no custo das obras, provocado pelos incrementos nos preços da gasolina, do cimento e do aço. As autoridades desse organismo afirmaram que buscarão alternativas para levar a cabo os projetos de infraestrutura, ainda que recalcaram que para isso devem “ser muito conservadores para 2017”.

Entre esses projetos se inclui a modificação de custo do Novo Aeroporto Internacional da Cidade do México e o Novo Porto de Veracruz, para os quais de contempla a busca de recursos de fundos internacionais. De acordo com o presidente da CMIC, ainda que atualmente não estão no vermelho, se deve a tomar em conta o baixo crescimento econômico – que para 2017 se estima seja de 1,0% ou menos – e que também contempla as cifras em termos de empregos ou postos de trabalho diretos e indiretos.

“Os efeitos mais brutais se verão refletidos na economia de milhões de famílias de trabalhadores, para os que nos últimos 40 anos, a perda do valor do salário mínimo decaiu 70% de seu valor.”

Por sua vez, se espera grande volatilidade no mercado monetário frente a ascensão de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. As consequências no terreno econômico serão uma maior depreciação do peso mexicano e o encarecimento das importações. Isto é a desculpa para as empresas para declarar que sobem os custos e que definitivamente se refletirá na alta dos preços finais ao consumidor.

O Secretário da Fazenda, José Antonio Meade, afirmou que a população não deve se assustar pelo aumento do preço da gasolina, pois, com o novo esquema de flexibilização, o preço do petróleo irá se separar de razões tributárias ou políticas. Mesmo assim, o atual presidente da Confederação de Câmaras Industriais (Concamin), Manuel Herrera Vega, reiterou a proposta de criar uma blindagem produtiva e um acordo para a preservação do emprego no próximo ano.

Enquanto cresce a especulação no setor empresarial, nos estados mais afetados pelo desabastecimento a população realiza protestos em postos de gasolina com bloqueios viários como no caso de São Luis Potosi, Tamaulipas e Zacatecas.

Nas redes sociais são feitas convocatórias para protestar contra esta tarifação que sem dúvida é um golpe ao bolso de milhões de famílias mexicanas, cujos efeitos são resultado da aprovação da reforma energética – que segundo Peña Nieto traria preços mais baixos – e que foi aprovada pelos partidos do então chamado “Pacto por México”.

Tradução: Alexandre Costela

 
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