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CRISE NO COMÉRCIO
18 mil estabelecimentos comerciais fechados em 2016, mais um recorde para esse ano
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

2016 começou na completa incerteza sobre os rumos da economia e da política brasileira. Iniciamos o ano com uma presidente eleita pela conciliação de classe e terminamos com um golpista defensor do capital privado abertamente. O ano que teve recorde de inflação no feijão e no leite, termina com o dólar em alta e demissões em massa.

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O presidente golpista Michel Temer interrompeu a ceia natalina de milhões de brasileiros para dizer que o próximo ano será melhor e que as “reformas” que o governo está implementando servirão para garantir um Natal de mais qualidade em 2017. Mentiras que os golpistas gostam de repetir, respaldados pela mídia e os grandes empresários, 2017 promete ser um ano de mais ataques à população e lucros maiores para os empresários.

Mas ainda estamos em 2016, então vejamos como acaba esse ano. Pela primeira vez em 12 anos shoppings fecham mais lojas do que abrem, são 18 mil estabelecimentos comerciais fechados no ano vigente e a queda nas vendas entra nas estatísticas como a maior da série histórica.

O mês de dezembro, suas festas e expectativas de emprego temporário foram um tanto frustradas, o desemprego é grande e o medo de se endividar ainda mais também. O Brasil perdeu até o mês de outubro 74.748 vagas de empregos formais, foram 760 mil trabalhadores que perderem seus empregos, comparando 2016 com o ano passado vemos que 1.500.467 vagas de trabalho formais foram fechadas.

ABC paulista, cenário composto por grandes montadoras e indústrias de autopeças, o desemprego bate recorde e é o maior em 11 anos, como já relatamos aqui.

Essa situação de crise estrutural afeta a indústria e todos os ramos de produção, acaba com o Natal e a expectativa de futuro. Escancara a farsa golpista e impõe aos milhões de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros e busca por uma alternativa. Muito ao contrário do que vive a maioria da população, 2016 também bateu recorde no surgimento de novos milionários, são 10 mil ricaços a mais no país que está a cada dia mais marcado pela desigualdade.

O que se expressa no comércio desnuda a situação de todo o país, maltratado pela crise capitalista e atacado por governos que insistentemente atendem apenas a uma minoria. Temer e sua quadrilha de golpistas vieram nos oferecer o pacote de Natal que inclui trabalhar por 50 anos para poder se aposentar, congelamento nos gastos públicos e a consequente privatização da saúde e educação públicas. Além disso, ainda segue a discussão do fim da CLT e a demagogia golpista de que para o país crescer cabe a nós, trabalhadores, abrir mão dos direitos que conquistamos e das nossas condições de vida.

Nós, trabalhadores, precisamos encontrar um caminho que nos permita enfrentar e derrotar os planos golpistas que seguirão aprofundando as diferenças nas condições de vida entre trabalhadores e empresários, descarregando nas costas da maioria a crise criada pela minoria e sua sede de lucros.

Enquanto vamos atravessando esse momento, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC segue sua trégua, avaliando o que pode ser qualitativo da Reforma Trabalhista, declarando que os sindicatos precisam se fortalecer para fazer valer os acordos coletivos que o governo quer transformar em mais poderosos que as leis.

Esse é o mesmo sindicato que propôs e implementou o PPE (Plano de Proteção ao Emprego), que serve apenas para os empresários, já que reduz a jornada de trabalho e salários como resposta a crise, mas que se institucionaliza e se tornará a nova forma de contratação, aumentando a jornada diária para até 12 horas e flexibilizando as leis trabalhistas.

A CUT que está frente dessa poderosa ferramenta de luta, que nos anos 80 pôde levantar milhares de trabalhadores em todo o país, tem que romper com a trégua que está dando há meses ao governo enquanto faz demagogia dizendo que é preciso lutar contra o golpe. Para derrotar os ataques e ajustes capitalistas é preciso mobilizar os grandes bastiões operários desde a base, expressando a força política dos trabalhadores.

Não existe Natal nem ano novo com tanta expansão da miséria. É preciso um verdadeiro plano de lutas que possa impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, partindo de lutar imediatamente contra as reformas que atacarão nossas condições de vida, mas também que se coloque frontalmente contra os privilégios dos políticos e os enormes lucros capitalistas.

O desemprego no comércio, fruto da crise generalizada na economia é mais um sinal claro de que os tempos de passividade e conciliação chegaram ao final, a única forma de nosso país prosperar é pela luta independente daqueles que tudo produzem, transportam e vendem.

 
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