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TRÉGUA DA CUT
Temer destrói CLT, e CUT sai de férias
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.
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Ontem (22), Temer anunciou seu “belíssimo presente de natal” aos trabalhadores, um conjunto de medidas alcunhadas por ele e pela mídia golpista de “minirreforma”, que na verdade visam destruir os direitos mais elementares dos trabalhadores acabando com a CLT. Enquanto isso a CUT deu declarações, apenas, e parece estar em clima de férias.

O conjunto de propostas do governo inclui aumento de uma semana da jornada de trabalho mensal, uma vez que a reforma acordada com as centrais sindicais prevê que a jornada possa ser estendida em até 12 horas diárias, podendo chegar a 220 mensais e não pára por aí. O plano também prevê o parcelamento das férias, trinta minutos de horário de almoço e fim dos acordos coletivos. Tudo será decidido em acordos firmados entre patrões e funcionários pela via dos sindicatos separada e isoladamente. É o fim da CLT!

Temer não está sozinho nesta empreitada de ataques aos trabalhadores, conta com forte apoio da grande mídia para mentir em seu favor, que distorcendo e manipulando informações, ajuda a convencer a população de que se tratam de reformas necessárias para modernização das "relações entre capital e trabalho no Brasil que continuam presas a uma visão de oitenta anos atrás", nos termos do ancora do Jornal da Globo, Willian Waak, que defendeu incisivamente os ataques em rede nacional.

Enquanto desde a semana passada o governo segue na ofensiva retirando a obrigatoriedade da multa por demissão, aprovando o texto da Reforma da Previdência, a PEC 55, e ontem enviando projeto de lei da reforma trabalhista, a CUT segue sua paralisia completa frente aos ataques. Em uma do total de suas duas declarações sobre o tema, a central classificou como “ineficaz, inoportuno e autoritário o projeto de reforma trabalhista” apresentado pelo governo, mas não escreveu uma linha sobre como caminham os planos para organizar a luta dos trabalhadores.

A declaração da central, que aponta os problemas da reforma, termina tragicomicamente com a frase “Nesse cenário de ataques aos direitos, a CUT segue na construção da greve geral”, só não se sabe como, já que sem organizar o debate entre os trabalhadores nos postos de trabalho, convocando assembleias para organizar a luta, nada acontece sozinho.

Em seguida tentam explicar sua lógica de “paciência”, “é o debate da reforma da Previdência, que vai tirar a aposentadoria do trabalhador e dos seus filhos, que deve levantar trabalhadores e estudantes e levar todos às ruas", disse o presidente Wagner Freitas. Ao que parece então a CUT, que não se moveu centímetros na luta contra o golpe, que seguiu sua trégua com o governo golpista demonstrando sua responsabilidade em não "incendiar o país" como disse Lula, que quer apresentar um PT viável em 2018 com suas manchetes de “Lula imbatível nas urnas”, está esperando a reforma da previdência chegar para fazer alguma coisa. Antes, enquanto apoiavam o governo petista em suas medidas de ataque diziam que era preciso esperar o momento certo para lutar, o golpe veio, não foi o momento pra lutar, esperaram o endurecimento dos ataques, ainda não lutaram, vão acabar com a CLT, e agora a CUT ainda espera pela Reforma da Previdencia...

Não há absolutamente nada o que esperar, é mais que urgente a organização de um plano de lutas construído na base das discussões no chão de fábrica, nos serviços, junto aos jovens desempregados e estudantes que vieram resistindo ocupando suas escolas e Universidades. É preciso romper de uma vez por todas com a trégua, porque os ataques não estão tirando férias.

 
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