Enfermeiros, técnicos, auxiliares, médicos, entre outros funcionários que fazem parte do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) se concentraram em frente ao Paço Municipal para reivindicar condições dignas de trabalho e salário, já que estão a meses recebendo de forma atrasada e irregular – e que geram atrasos no pagamento das contas domiciliares, entre outros problemas para as chefes e os chefes de família. Do Paço as trabalhadoras e os trabalhadores gritavam palavras de ordem como “Ô Camarinha (prefeito) cadê você? Eu vim aqui pra receber”.
Com a greve, os cerca de 450 trabalhadores da saúde têm o objetivo de chamar a atenção da população para os problemas que os 34 postos de saúde da cidade, que contam com o programa ESF, vem passando. Estrutura precarizada, falta de profissionais e funcionários e falta de equipamentos são problemas recorrentes na área da saúde pública em Marília – e infelizmente também existem praticamente em todo o país.
O programa Estratégia Saúde da Família (ESF) é gerido pela associação Maternidade Gota de Leite, contratada e a quem a prefeitura repassa os valores. Segundo a associação os atrasos nos salários são de responsabilidade da prefeitura que não repassou o dinheiro para efetuá-los. Já a prefeitura afirma que se trata de um atraso por parte do Governo Federal, que por sua vez repassa a verba para o município. Enquanto associação, prefeitura e governo jogam um a responsabilidade para o outro, os trabalhadores estão há quase 2 anos recebendo seus salários com atrasos, e dessa vez já são 14 dias (já que eram para ter recebido no dia 06/12).
Mas o que podemos ver se trata de descaso e uma tática para privatizar toda a área de saúde dos municípios; isso acontece porque as reformas privatizantes dos anos 90 tiraram a obrigatoriedade do Estado cumprir com suas obrigações nos direitos e serviços previstos pela Constituição de 1988. Para isso, abriram a possibilidade de organizações e associações do ‘terceiro-setor’ pudessem gerir as instituições e serviços que deveriam ser públicos, gratuitos e de qualidade como é o caso da Saúde. E hoje, com o governo golpista de Michel Temer (PMDB), essas políticas que buscam precarizar e privatizar ainda mais os serviços retomam com toda a força.
O mesmo problema também vemos em outras áreas como é Educação, e que as merendeiras de Marília também vêm passando há meses com o mesmo tipo de problema, e nós do Esquerda Diário noticiamos aqui.
O que se nota é que se trata de uma política de precarização e privatização que é aceita pelas gestões municipais e que dificilmente mudará com a entrada do outro prefeito – Daniel Alonso. Isso acontece pelo fato de Vinícius Camarinha (PSB) e Daniel Alonso (PSDB) serem aliados em nível Estadual e Federal, nos governos de Geraldo Alckmin (PSDB) e Michel Temer (PMDB), e defenderem as mesmas políticas de privatização e concessão para os empresários que transformarão direitos e serviços essenciais em mercadorias somente à serviço dos lucros, enquanto os trabalhadores e trabalhadoras ficam sem Saúde, Educação, Aposentadoria, Empregos com CLT, e etc.
Por isso é mais do que necessário que lutemos contra todos esses ataques dos governos e prefeituras golpistas e os rejeitemos de uma vez! Precisamos nos organizar nos locais de trabalho, nos bairros, nas escolas e ir às ruas protestar e exigir uma nova Assembleia Constituinte Livre e Soberana que discuta os problemas e crises do país desde as bases a partir das assembleias.
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