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ENCONTRO DE TRABALHADORES
Chile: encontro de trabalhadores e trabalhadoras debate novos desafios e aprovam solidariedade ao SINTUSP
correspondente LID Chile

No sábado (17/DEZ) na sede da FECH, cerca de 70 trabalhadores e trabalhadoras organizados na Alternativa Obrera e Pan y Rosas debateram sobre os principais desafios a serem enfrentados no proximo periodo.

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Tradução do espanhol por: Cassius Vinicius
LINK LID-Chile: http://www.laizquierdadiario.cl/Las-peleas-que-daremos-trabajadores-y-trabajadoras-de-Alternativa-Obrera-y-Pan-y-Rosas?id_rubrique=1201

Quais são nossos desafios? Durante o Encontro três metas foram estabelecidas: a) ação combativa para recuperar os sindicatos; b) promover as comissões de mulheres nos sindicatos e nos locais de trabalho e; c) aprofundar a luta contra as AFP (sistema previdenciário privado), apoiando os monitores a levar esses debates aos locais de trabalho e sindicatos. Tudo isso como parte da luta para derrubar a herança pinochetista, que na realidade dos trabalhadores não tem outro significado a não ser uma miséria ainda maior.

O Encontro realizado na sala de plenárias da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), contou com a saudação da vice-presidente da FECH, Bárbara Brito. “Este espaço do movimento estudantil está a serviço dos trabalhadores e trabalhadoras, para que possam discutir, organizar e preparar novas lutas”.

Também recebemos a saudação dos trabalhadores do Brasil, do Sindicato da Universidade de São Paulo (SINTUSP). Adriano Favarin, da diretoria recém eleita, explicou como o governo direitista de Michel Temer, que chegou ao poder através de um golpe institucional, encorajou e favoreceu as políticas dos setores mais conservadores contra os trabalhadores; como é o caso do reitor da Universidade de São Paulo (USP) que pretende retirar o espaço físico do SINTUSP, o que é de se esperar, pois “o SINTUSP é um dos poucos sindicatos que não apenas se posicionou e lutou contra o golpe da direita, mas também é um sindicato que sempre manteve uma política independente do PT de Lula e Dilma que já vinha implementando ataques contra os trabalhadores”. Durante o Encontro decidiu-se pela solidariedade ativa com os companheiros e companheiras brasileiros. No mesmo sentido, enviamos uma saudação a campanha em defesa das gestões operárias das empresas FASINPAT (ex-Zanon) e MadyGraf de Argentina.

Os desafios: recuperar os sindicatos

Lester Calderón do Sindicato N°1 da fábrica de explosivos Orica da região de Antofagasta e diretor da CONSTRAMET norte, discorreu sobre esse ponto:

“O que significa recuperar os sindicatos? Para nós, não significa mudar um ou dois dirigentes. Não é uma simples questão de tirar os dirigentes que estão do lado da empresa ou do governo e colocar outros dirigentes críticos. É preciso tirar de fato os dirigentes que praticam políticas que favorecem as empresas e o governo. No nosso sindicato haviam dirigentes que estavam com a empresa e que nunca paralisavam e nunca davam soberania para que as assembleias decidissem”.

Para nós, “recuperar os sindicatos” consiste fundamentalmente em reorganizá-los por completo para que os trabalhadores e trabalhadoras de base e suas assembleias sejam plenamente soberanas; para que possam realmente tomar decisões e não deixar que única e exclusivamente os dirigentes façam e decidam tudo. Na empresa Orica temos avançado na construção desse método. Com “assembleias permanentes” durante os conflitos, organizando um corpo de delegados dos diferentes setores da fábrica. Somos cerca de 350 trabalhadores, mas não organizamos o sindicato com apenas uma diretoria, mas sim em conjunto com os 15 delegados que permitem uma vinculação mais profunda do sindicato com a base. É conveniente aos dirigentes burocráticos decidirem todos os assuntos sozinhos, pois assim podem realizar tranquilamente seus diálogos e negócios com empresários e políticos patronais. Em maior escala, vemos isso acontecer todos os dias na CUT chilena. Os dirigentes são parte da coalizão [Nueva Mayoría] (Nova Maioria) e são responsáveis por “conter as massas” permitindo que o governo de Michelle Bachelet exerça seu poder. O resultado é: temos um Código Trabalhista que preserva toda a ideia central do Código Trabalhista da época da ditadura”.

No Encontro, além do companheiro Lester, também estavam presentes dirigentes como María Isabel Martínez, que acaba de ser eleita como parte do grupo Lo Espejo para o Colegio de Profesores; William Muñoz, presidente do Sindicato da Komatsu Reman (uma fábrica da zona de Quilicura em Santiago); Simón Bousquet e Valentina Torres do Centro Cultural Gabriela Mistral (GAM); Edward Gallardo do sindicato dos terceirizados mineiros SCM; Raúl Muñoz, dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (FENATS) Barros Luco, além da presença de professoras, portuários, trabalhadores industriais de Quilicura, trabalhadores rodoviários, ferroviários e dos correios.

Para os companheiros presentes, a luta para recuperar os sindicatos tem que ser travada em cada um desses lugares de trabalho. É uma batalha que já estamos enfrentando no Colégio de Professores, como parte da rebelião de base de 2014 e a paralisação por 57 dias em 2015; formando correntes de base para questionar os métodos burocráticos, como nos Correios ou na industria. Queremos levar esta batalha a CUT e a todas as federações e confederações nas quais podemos atuar.

Comissões de Mulheres nos lugares de trabalho e sindicato

Valentina Torres, dirigente sindical do GAM, junto com outras companheiras trabalhadoras, fizeram referencia a campanha para promover as comissões de mulheres nos lugares de trabalho e sindicato:

“Nós mulheres sofremos a opressão todos os dias, nas questões cotidianas, em nossas condições de trabalho e na rua. Mas, nós mulheres temos muito pelo que lutar. Por exemplo, no GAM, quando saímos em passeata ou quando paralisamos, muitas vezes foram as companheiras que se dispuseram a organizar essas ações. A comissão de mulheres tem ajudado para que as companheiras possam expor seus assuntos nos locais de trabalho, para ganhar mais confiança na hora de intervir nesses locais e assembleias.

Lester Calderón e Gabriela, uma companheira de Antofagasta falaram sobre a comissão de mulheres de Orica. “A comissão serviu – ressaltou Lester – para organizar as mulheres da fábrica, que são pouco mais de quarenta em um total de 350 funcionários. Acreditamos que essa luta também é primordial para os companheiros homens”.

“A comissão – comentou Gabriela – não favorece apenas a que as companheiras tenham mais peso nas assembleias, mas também luta pelas demandas específicas das trabalhadoras. Por exemplo, lutamos para que a empresa seja responsável pelo pagamento das questões de saúde das companheiras, todos os tipos de exames, como o Papanicolau, um exame muito caro. A empresa deve ser responsável em prover esse tipo de assistência.

A plenária votou a favor de transformar essa demanda em uma campanha para levar a todos os sindicatos e lugares de trabalho e, se pronunciou também contra outras discriminações nos locais de trabalho e na sociedade, como acontece com milhares de companheiros imigrantes.

NÃO+AFP

Tanto a Alternativa Obrera como Pan y Rosas são parte do movimento NÃO+AFP e participam de 5 coordenadorias territoriais a nível nacional. O companheiro Raúl Muñoz, dirigente da FENATS Barros luco, que conduz a coordenadoria da zona sul de Santiago, referiu-se as tarefas para o próximo período:

“Temos que levar aos lugares de trabalho, sindicatos e base a discussão e o conhecimento da roubalheira que consistem as AFP. No verão, temos que organizar monitores que possam realizar esse objetivo, temos que conhecer e estudar a proposta que se fez publica por parte da coordenadoria e que é apoiada pela [Fundação Sol]. E o mais importante, preparar a luta para acabar definitivamente com esse sistema previdenciário herdado da ditadura”.

Uma alternativa dos trabalhadores para derrubar a herança pinochetista

Para a Alternativa Obrera e Pan y Rosas, cada uma dessas batalhas está vinculada com a luta para derrubar a herança pinochetista que rege as relações trabalhistas, a educação, a saúde e todos os âmbitos da vida social. O Encontro concluiu que: em um ano de eleições presidenciais e parlamentarias, nós, trabalhadores e trabalhadoras, precisamos de uma política própria.

 
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