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Temer e Meirelles devastam a economia do Nordeste
André Barbieri
São Paulo | @AcierAndy
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Região do Brasil que mais cresceu até o início da atual crise, o Nordeste agora enfrenta piora mais acentuada em seus principais indicadores econômicos na comparação com a média do país.

Segundo informações da Folha, uma combinação de renda mais baixa que a média nacional, alta dependência dos municípios por verbas públicas e a falta de reajuste do Bolsa Família em 2015, entre outros fatores, elevou o desemprego na região a 14,1% (ante 11,8% no país) e fez a economia cair quase 6% no acumulado dos últimos 12 meses.

A inflação nas principais capitais do Nordeste, ainda que tenha perdido força, é mais alta que a média nacional. Os piores índices do país estão em Salvador, Recife e Fortaleza, todas com alta superior a 8% em 12 meses.

A crise do setor público derrubou a arrecadação das prefeituras, que são, em todos os Estados da região, os principais empregadores.

A região concentra o maior número de pequenos municípios do país, com uma dependência de mais de 80% em verbas repassadas pela União. Na média, a receita total deles voltou ao nível de 2010 em termos reais, enquanto as despesas aumentaram no período.

A crise fiscal federal também interrompeu obras como a Transnordestina e a transposição do rio São Francisco. E a da Petrobrás, o andamento de projetos como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

A demissão de funcionários públicos se soma à intensa crise hídrica que se abate sobre estados como a Paraíba, em que produtores rurais negociam a prorrogação no pagamento das dívidas e operações de crédito.

Maiores taxas de demissões

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), proporcionalmente, desde o ano passado as demissões foram mais fortes no Norte e Nordeste. Enquanto na média do país foram fechados 50 mil postos de trabalho (saldo líquidos entre admissões e demissões), nessas duas regiões a eliminação superou 1%. O Estado com maior corte no emprego foi Pernambuco, com 35 mil vagas fechadas, equivalentes a 2,5% das vagas existentes.

Em 2015 foram cortadas 76,6 mil postos de trabalho no Nordeste. Já no período que vai de julho de 2015 a julho de 2016, a região Nordeste registrou a segunda maior taxa de demissões no país, com 223.382 trabalhadores que perderam postos de trabalho formais.

O pacote de medidas do governo golpista Temer que reduzirá até a extinção a multa do FGTS que é pago pelas empresas ao demitir, barateando as demissões, e as jornadas flexíveis dos contratos por hora de trabalho que destruirão a CLT, vão incrementar a festa de demissões no setor privado.

Os governos municipais e estaduais do PT abriram caminho para a entrada dos ajustes da direita, aplicando no nordeste duros ataques e permitindo aumento das taxas de demissão, como na Bahia em que as demissões superaram as contratações em 16.493 vagas, no primeiro semestre de 2015.

Organizar a resistência contra a destruição da CLT, as demissões e a reforma da previdência é uma exigência decisiva a se fazer às centrais sindicais como CUT e CTB, que dirigem importantes estruturas no nordeste do país: por que não convocaram nenhuma assembléia pela base para combater a reforma trabalhista e a festa de demissões na região? Em base a essa resistência é possível levantar uma saída independente à crise política, com uma Assembléia Constituinte, Livre e Soberana, que questione todos os privilégios, os superpoderes e a impunidade dos políticos capitalistas, atacando seus acordos econômicos e colocando nas mãos dos trabalhadores a resoluções das principais questões nacionais.

 
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