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Transporte sobre trilhos no Brasil é inferior a cidades como Nova Iorque
Ana Júlia P.

Em pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do transporte (CNT), foi apontado que cidades como Nova York, Londres e Tóquio possuem redes de metrô maiores que a soma de todas as linhas de metrô existentes no Brasil.

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As redes urbanas sobre trilhos no Brasil têm 1.062 km, junto a outros sistemas como os trens urbanos e os VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), mas, ainda assim, esse total não supre a demanda das grandes cidades. Para a CNT, o ideal para o país, seria mais 850 km de linhas sobre trilhos, o que representaria um crescimento de 80% em relação à malha atual. Esse crescimento dependeria de R$ 167 bilhões em investimentos.

De acordo com a arquiteta e urbanista Andreína Nigriello, professora da USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora de infraestrutura urbana, e o presidente da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), Joubert Flores, a escassez se deve atraso histórico, custo alto, falta de prioridade, carência de fontes de financiamento e projetos com problema.

O metrô brasileiro foi construído tardiamente em relação a outros países, sendo que a demora dificulta e encarece a construção, “porque as cidades se consolidam e as desapropriações custam mais”, diz Nigriello. Para Flores, a prioridade também é um fator para a falta de desenvolvimento. "Houve por parte dos governos nesses países [Santiago, no Chile, e Cidade do México] uma prioridade no investimento em metrô, o que não aconteceu no Brasil", afirma. Flores também diz que as cidades brasileiras precisam superar divergências partidárias e descontinuidades administrativas para garantir a expansão do metrô. Para o presidente da ANPTrilhos, o momento de crise econômica e política dificulta investimentos, mas o país não pode ignorar o potencial do metrô como indutor do crescimento econômico. O Ministério das Cidades afirmou, por meio de nota, que "o governo federal tem incentivado a expansão e a modernização do sistema de trilhos especialmente por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)".

A política do governo de não investir em transporte público também defasa a construção de linhas do metrô. A prioridade do Governo Federal é pagar a dívida pública (com os bancos), e investimentos em transporte acabam ficando para segundo plano. O dinheiro pago aos bancos gera lucro para capitalistas estrangeiros, já que a dívida é, em sua maior parte, com o exterior. Esquemas de corrupção e o desvio de dinheiro para as construções diminuem as chances de o país aumentar seus quilômetros de transporte sobre trilhos, que é essencial para a locomoção de trabalhadores.

 
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