Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central

Em palestra para investidores essa semana, Gustavo Franco (ex-presidente do BC) declarou que os aplausos da iniciativa privada ao governo Temer diminuem cada vez mais. Na mesma linha, FHC declarou em entrevista na semana passada que a PEC 241 e reforma da previdência ainda são insuficientes para atrair os investidores. A burguesia nos quer comer vivos.

Para o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, o "governo Temer está perdido" e seu conceito para os investidores cai cada vez mais. Apesar de uma equipe econômica “tecnicamente” preparada, ela ainda se mostra fraca, com Henrique Meirelles sem capacidade para comandar e animar a “torcida” e que as reformas são insuficientes. Certamente essa injeção de animo que anseia Gustavo Franco, se resolveria com uma Black Friday das empresas estatais, seguindo o caminho da privatização total, e atacando ainda mais os trabalhadores.

Hipocritamente o ex-presidente do BC, disse que o governo deve encarar a corrupção como indissociável da economia e da dívida pública. Esqueceu-se de falar que essa mesma casta política que está implementando os ajustes, insuficientes mas necessários para todos eles, é a que ganha altos salários, vive de privilégios e corrupção. Esqueceu-se de falar que o golpe é indissociável da corrupção dos governantes que ele trás ao poder. Mas também de que o que mais alimenta a dívida pública são os altíssimos juros pagos ao rentismo internacional, que compromete a vida da população brasileira.

O governo estaria então fazendo vista grossa às finanças dos estados, segundo o neoliberal, e o claro caminho para a burguesia nesse sentido seria avançar ainda mais nos ataques à população, pesando punições aos estados endividados, com a privatização das empresas estatais, como vem ocorrendo com a Petrobras, e com o corte do funcionalismo público. Nenhuma palavra sobre os jantares e reuniões dos golpistas, que custam milhões e que Temer usa para conseguir apoio político no Congresso.

Os grandes empresários anseiam por mais ataques e irão nos comer vivos, se puderem. Anseiam pelas privatizações e cortes sociais no orçamento do Estado ainda maiores. Felizmente a juventude veio resistindo e e a mobilização independente junto aos trabalhadores pode apontar uma saída a esquerda, para a crise. Desde o Esquerda Diário achamos que a classe trabalhadora e a juventude devem decidir os rumos do país, pautando a questão da saúde, da educação, da economia e todos as outras questões que lhe afetam. Por isso defendemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para que a população decida seu futuro, e não os variantes representantes da burguesia, como Gustavo Franco ou FHC.