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ATO DIA 04/12
No próximo ato marcado pela direita, MBL e Vem Pra Rua demonstram estar rachados
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo
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De acordo com a Folha de São Paulo, os dois principais organizadores dos protestos do golpe institucional, Movimento Brasil Livre o Grupo Vem pra Rua mantém a convocação para o protesto marcado para o próximo domingo (04) depois da Câmara ter alterado o projeto inicial do pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal.

O VPR em sua página no Facebook afirma que o ’’Congresso Nacional transformou as 10 medidas contra a corrupção em 10 medidas a favor da impunidade’’. No evento criado nesta rede social para divulgar o protesto, 76 mil pessoas confirmaram presença no ato que vai ocorrer na Avenida Paulista e outras 93 mil pessoas demonstraram interesse, e 1,2 milhões de compartilhamentos do evento.

O Movimento Brasil Livre até agora, se posicionou contra uma das principais alterações feita pelos deputados: a emenda que prevê a possibilidade de juízes e procuradores responderem por crime de abuso de autoridade com base em várias condutas, algumas de caráter subjetivo. O VPR, diferente do MBL, apoiou integralmente as dez medidas propostas e participou da coleta de assinaturas para levar o projeto do Ministério para o Congresso.

O MBL é abertamente contra a ponto controversos como teste de integridade, a validade de provas ilícitas feita de boa fé e a limitação do habeas corpus. Por sua vez, o grupo de Kim e Fernando Holiday defende que não é o momento para alterar as leis anticorrupção defendidas pelo MPF.

No domingo, o ato começara ás 14 horas em frente ao MASP na Avenida Paulista. Em Brasilia, o ato convocado pelo VPR começa ás 10 horas em frente ao Congresso Nacional. O movimento está divulgando as manifestações em diversas manifestações de 23 Estados. Também tem atos confirmados em três cidades do exterior: Lisboa e Londres.

A crise política que atinge o país, está refletindo nos movimentos que estiveram na linha de frente em defesa do golpe institucional. De um lado, esta o Movimento Brasil Livre de Kim e de Fernando Holiday que está mantendo uma linha em apoiar Temer para que o atual governo consiga passar as medidas impopulares como a PEC do teto dos gastos, a Reforma do Ensino Médio e a Reforma da Previdência e Trabalhista, assim como querem se alçar como partido para eleger figuras do movimento, como Fernando Holiday que no último pleito se elegeu para o cargo de vereador na cidade de São Paulo pelo DEM.

Como já denunciamos neste site, Michel Temer chegou a pedir apoio ao MBL para poder implementar os ataques conforme escrevemos aqui. Este apoio se materializou no grupo sendo tropa de choque do governo Temer contra as ocupações de escolas realizadas pelo os estudantes secundaristas no Paraná, conforme denunciamos aqui e aqui também.

Contrariando o seu discurso inicial apartidário, o Movimento Brasil Livre tem intenção de se transformar em um partido político, por isso que se vincula aos principais partidos da ordem como refletiu nas eleições municipais. Apesar da sua base pró Lava Jato, o MBL não pode ir até o final no ato ’’contra o congresso’’, pois se voltará contra os seus interesses. Porém, para dialogar com sua base, vai à manifestação com uma linha de atuar dentro da institucionalidade.

Por sua vez, é claro que o Movimento Vem Pra Rua está na linha de frente na organização das manifestações que vão ocorrer neste domingo. Dentro da crise política que se instalou no país, sua linha política é claramente apoiar o Poder Judiciário, o Ministério Público Federal, a Policia Federal e a Procuradoria Geral da República. Trata-se de um movimento que defende a Operação Lava Jato até o final.

Conforme elaboramos anteriormente, com o atual estágio da crise política, a Operação Lava Jato mantém uma linha que oscila entre a blindagem e o ataque ao Michel Temer. Hoje podemos perceber claramente uma insatisfação por parte da ’’elite’’ nacional e do imperialismo com o atual governo, pois Michel Temer dá mostras claras de que não vai conseguir responder as demandas do imperialismo, muito menos no tempo que lhe foi estabelecido.

Hoje a crise política que atinge o atual governo se materializa no escândalo Geddel e Marcelo Calero, mas que pode aprofundar com a delação da Odebrecht, faz com que Temer corra risco de não terminar o seu mandato. É claro que cada vez mais, a tendência da Lava Jato é de se transformar cada vez mais no Mãos Limpas Italiana - operação que desmantelou os principais partido da ordem e trocou os políticos por outros -, pois só assim as medidas impopulares contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade poderão ser implementadas.

Além de fortalecer o autoritarismo do Judiciário, o pacote das 10 medidas contra a corrupção tem como objetivo desgastar o Congresso Federal, abrindo caminho para que a Lava Jato troque uma corrupção com cara petista, para manter a corrupção da direita que tomou o poder por meio de um golpe institucional.

Porém, o arbitrarismo da Lava Jato faz com que a operação puna alguns políticos, mas deixe impune muitos outros. Sabemos que Sergio Moro possui inúmeras relações com o PSDB e uma das intenções da operação é fazer com que este partido se fortaleça nas eleições de 2018 ou chegue a presidência da República por meio de eleições indiretas.

Se formos fazer uma pesquisa rápida no Google, veremos que o Movimento Vem Pra Rua possui inúmeras ligações com o PSDB. No inicio das manifestações pelo impeachment, o VPR se colocou contra esta pauta, porque achava correto ir direito para a cassação da chapa Dilma/Michel Temer. Por trás de sua linha política inicial no começo das manifestações pelo golpe institucional, já existia um interesse de levar os tucanos a presidência por meio de eleições indiretas.

Uma resposta independente dos trabalhadores, passa por necessariamente combater estes grupos de direita. Para impedir que a insatisfação de milhares de pessoas sejam canalizadas pelo movimento Vem Pra Rua, é preciso colocar uma organização independente, anticapitalista e revolucionária que seja capaz de impedir que a direita consiga canalizar este sentimento de descontentamento de massas.

 
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