Milhares foram às ruas em Porto Alegre nesta sexta. O ato reuniu os setores em luta e os setores mais afetados pelas medidas de Sartori e Temer: estudantes das ocupações da universidade, secundaristas e trabalhadores do serviço público.
A manifestação se concentrou na Esquina Democrática, onde ocorreram falas das entidades sindicais que convocaram este Dia de Lutas e Paralisações, dos estudantes que ocupam a universidade, e de organizações. Nas falas teve destaque, além da PEC e dos ataques de Sartori, o Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, 25 de novembro. Durante o ato também as mulheres estiveram na linha de frente.
O ato desta sexta, embora tenha sido mais uma demonstração de forças dos setores em luta, poderia ter ainda mais força. Durante a tarde diversos sindicatos de categorias do serviço público estadual realizaram outra manifestação, em frente ao Palácio Piratini na Praça da Matriz. A maioria deles é dirigido pela CUT e pela CTB, que mais uma vez não mobilizaram todas as categorias de trabalhadores onde dirigem os sindicatos, e neste momento crucial, em que Temer e Sartori golpeiam juntos, as centrais ex-governistas preferem golpear separados, em manifestações distintas, sem unificar a base dos estudantes com a base das categorias do serviço público e privado em um grande ato.
A manifestação, embora tenha contado com o apoio de parte das pessoas que passavam e que aguardavam o transporte, trancado pelo ato, também gerou revolta em quem retornava para casa. Isso porque a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), responsável por desviar carros e ônibus, com o apoio da Brigada Militar, faz desvios desproporcionais no trânsito. Enquanto o ato ocupava somente um lado das avenidas, EPTC e BM desviaram o trânsito dos dois lados, e pior, colocaram as rotas dos ônibus para locais muito distantes. Essa é uma tática utilizada amplamente nos protestos de 2013: ao mesmo tempo em que coloca a população contra a manifestação, pois precisam andar muito para pegar ônibus, também isola o centro da cidade e torna mais fácil a repressão da polícia.
O ato terminou justamente assim: o centro vazio e a polícia reprimindo os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo. Até o momento do fechamento dessa nota ninguém se feriu gravemente nem foi preso.
Veja o vídeo da manifestação:
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