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OCUPAÇÕES FEDERAIS
A ocupação da Universidade Federal de Paraíba no campus de João Pessoa (PB)
Pablo Thiago Correia de Moura, de João Pessoa
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Continuam as ocupações em diversos Estados do País, motivadas pela rejeição à reforma do ensino médio e também contra a PEC do teto de gastos públicos (PEC 241 agora PEC 55 no Senado) que irá cortar os investimentos na educação, além da Lei da Mordaça ou Escola sem Partido, promovidas pelo governo de Michel Temer (PMDB).

O processo de ocupação das instituições educacionais é o resultado da política de ataques do governo golpista institucional de Temer contra os trabalhadores e a juventude sendo que os estudantes secundaristas e universitários organizaram-se para responder a estes ataques.

A ocupação é uma forma de ato político, um modo de protestar, uma maneira que os estudantes buscam ter atenção do governo, e também da sociedade, para que a mesma discuta os assuntos que estão sendo deliberados pelos três Poderes do estado sem consentimento social. Neste sentido desde Esquerda Diário impulsionamos, apoiamos e divulgamos as ocupações na perspectiva de coordenar as lutas em curso no país.

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) é um exemplo do fenômeno das ocupações estudantis em defesa da educação pública, onde se encontram alunos ocupando prédios do campus de dois municípios: em Areia, estão ocupados prédios do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, e em Bananeiras, os prédios ocupados são do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias e Agroecologia, assim como também campus de Rio Tinto. Durante a ocupação, os alunos realizam diversas atividades, como: atos públicos, palestras, rodas de conversas, formação política e atividades culturais. Sobre a ocupação na UFPB fazendo eixo da radicalidade da ocupação no campus de Areia (PB) já escrevemos neste jornal.

Em entrevista com este jornal integrantes da Comissão de Comunicação da ocupação informaram que na UFPB, campus 1, João Pessoa-PB, a ocupação teve início no último dia 5 de novembro com os alunos ocupando o “Centro de vivência” da instituição, reivindicando o debate sobre a pauta da PEC 55 (ex-241), construindo esse a partir de assembleias, trabalhos de base, exibição de vídeos, informes e palestras que buscam debater sobre os rumos da educação no país e também diretrizes internas da UFPB.

A estudante do curso de graduação em pedagogia Flávia, que também faz parte da comissão de comunicação da ocupação, concedeu entrevista ao Esquerda Diário onde esclareceu alguns pontos sobre a ocupação dos estudantes na UFPB. Sobre as motivações da ocupação, a mesma vai além da PEC 55, envolve discussões sobre as ações que ocorrem na UFPB que afetam os alunos e toda vida acadêmica da instituição como o atraso no auxílio moradia que vem ocorrendo no atual mês de novembro, contra a demissão dos trabalhadores terceirizados do Restaurante Universitário (RU-UFPB), são alguns dos temas debatidos pelos estudantes em assembleias amplas e abertas a participação, promovendo intercâmbio de ideias e atividades que possam se irradiar por toda universidade.

Quanto às formas de ação, além das já destacadas assembleias (que servem a consulta e deliberação das ações dos estudantes que ocupam a UFPB), ocorrem palestras, cursos e atividades culturais, onde estudantes propõem ações para fora do espaço da UFPB buscando informar, conscientizar e trazer a sociedade para a discussão política tão necessária nesse momento de retrocesso de direitos em pauta no País.

Flávia nos informou que o movimento vem recebendo apoio da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Paraíba (ADUFPB), do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (SINTESPB), o sindicato dos funcionários que está em greve e que a própria procuradoria da Universidade solicitou o corte de ponto como denunciamos em este jornal, com auxilio logístico de som e equipamentos. A ocupação também conta com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de estudantes secundaristas com alimentos, além dos pais de estudantes universitários. A estudante coloca que há intercâmbio entre a ocupação da UFPB com outras ocupações, seja dos estudantes secundaristas, seja com outros universitários, com a vinda de estudantes da Universidade Federal de Pará (UFPA), por exemplo.

Ataque às ocupações

Quando o movimento de ocupação das escolas e institutos de ensino superior começou a ganhar força houve confronto e uso da força policial contra os estudantes em diversas localidades no País. O Poder Judiciário, outro instrumento de repressão política, que tem auxiliado nesse ataque institucional ao movimento de ocupação das escolas e universidades legalizando diversas ações como: o corte de água e luz, a proibição da entrada de alimentos, e autorizando métodos análogos ao da tortura como o uso de instrumentos sonoros que impedem do sono, visto em Taguatinga, ocupada em 27 de outubro de 2016.

Outro ataque realizado às ocupações dos estudantes parte dos grandes meios de comunicação que busca deslegitimar o movimento de ocupação por parte dos estudantes, criminalizando-o com diversos adjetivos abomináveis como baderneiros, vagabundos, entre outros, e tentando responsabilizar as ocupações pelo adiamento, em diversos locais, das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que ocorrem esse final de semana em todo país.

A respeito das represarias na UFPB, nos foi relatado que o movimento que ocupa a UFPB tem recebido ameaças de pessoas que passam pelo local de carro, lançando palavras de reprovação contra a ocupação podendo essas pessoas pertencer ou não a UFPB. Buscam com ameaças, por enquanto psicológicas, intimidar o movimento, dessa forma, houve a criação de uma comissão de segurança para proteger os estudantes dessas represarias e possíveis tentativas de forjar algum tipo de crime contra o movimento de estudantes que ocupa legitimamente a UFPB.

Nós, do Esquerda Diário, acreditamos que o movimento de ocupação é legítimo, os estudantes exercitam suas manifestações por meio de espaços públicos, com debates e deliberações discutidas em assembleia estudantil, e não meramente em decisão autocrática. Ressalta-se a importância em promover debates, pela base, sobre esses assuntos, colocando a comunidade para dentro das discussões da educação em especial a PEC 255. O objetivo é fazer com que o povo, em especial, os estudantes tenham poder nas decisões políticas. Neste sentido convidamos todos a prestar solidariedade de forma ativa, coordenar as ocupações em curso e ampliá-las na perspectiva de barrar os ataques do governo golpista aos trabalhadores e a juventude.

 
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