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TEMER NO RODA VIVA
A entrevista no Roda Viva e o fantasma da crise política que assombra o governo Temer
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O presidente Golpista, Michel Temer, esteve no programa Roda Viva desta segunda – feira (14). A entrevista inédita foi gravada no Palácio da Alvorada, em Brasília e foi ao ar às 22h, na TV Cultura. A edição do Roda Viva contou com uma bancada de entrevistadores formada por Willian Corrêa (coordenador geral de jornalismo da TV Cultura e âncora do Jornal da Cultura), João Caminoto (diretor de Jornalismo do Grupo Estado), Sérgio Dávila (editor executivo do jornal Folha de S. Paulo), e Eliane Cantanhêde (colunista do jornal O Estado de São Paulo e comentarista Globonews).

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Nesta entrevista foi perguntando temas sobre a crise política, a relação com Estados Unidos depois das eleições de Donald Trump, falou sobre as medidas impopulares e ao apoio do congresso Nacional e a operação Lava Jato. Apesar da entrevista não ter tido muito enfrentamento entre os jornalistas e Temer, o que de um lado serviu para que o presidente golpista prestasse esclarecimento, do outro a entrevista refletiu a forte crise política que atinge o seu governo, bem como a relação de ’comadres’ entre grande mídia e governo simbolizada na pergunta final de Ricardo Noblat "como você conheceu a Marcela?"

É claro que durante a entrevista Michel Temer manteve uma postura defensiva e os jornalistas tiveram que, em muita das ocasiões, entrar no tema da crise política que o atual governo está passando. Apesar da crise política no governo Temer estar sendo abafada pela grande mídia, é visível a preocupação dos jornalistas sobre a taxa de lucro dos grandes empresários para o próximo ano. Isto só mostra que por trás da cordialidade entre estes senhores, a grande mídia também exige de Temer que os ajustes sejam aplicados o mais rápido possível.

Em muita das partes da entrevista, Temer tratou de falar da PEC 241, da reforma da previdência como soluções para a burguesia aumentar a sua taxa de lucro com a crise econômica que o país está passando. Quando foi perguntado quando virá uma reforma tributária que livre os empresários de impostos, Temer respondeu que "depois da PEC 241 ninguém passou a pensar em aumento de impostos" e que pensa futuramente fazer uma reforma tributária.

Logo após Michel Temer ter falado sobre a PEC 241, o presidente golpista foi questionado por Eliane Cantanhêde sobre o aumento da Bolsa Família, do programa minha casa, minha vida, sobre o aumento de salário para membros do Judiciário e também sobre os empréstimos para estados que estão em crise econômica. Temer afirmou que estas medidas encaixam dentro orçamento que já está estabelecido por um "teto dos gastos" e que tinha cumprir acordos que já estavam estabelecidos pelo governo anterior.

Este questionamento da Eliane Cantanhêde mostra que mesmo Temer tenha encaminhado medidas duras como a PEC 241, a reforma da previdência e trabalhistas, os grandes empresários e banqueiros ainda não estão satisfeitos com estas medidas. Temer também foi questionado sobre os trâmites que estavam sendo feitos para aprovar a reforma da previdência. Para o entrevistador, o mandato de Temer pode acabar sem que ele consiga aprovar a reforma da previdência. Isto mostra que além de pedir mais ataques, a grande mídia quer que as medidas que já foram encaminhadas sejam aprovadas o mais rápido possível.

Quando foi questionado sobre as ocupações que estão ocorrendo contra a PEC 241, Temer disse que os estudantes não estão dispostos a dialogar com o governo. Temer foi questionado por um jornalista se deveria ter feito debate com os estudantes sobre a reforma do ensino médio e o presidente disse que a discussão já vem sendo feita. Novamente, Eliane Catanhêde questionou o atual governo. Para ela, um governo que não consegue dialogar com os estudantes para aprovar a reforma do ensino médio, certamente não vai dialogar com os trabalhadores sobre a reforma trabalhista.

Também tiveram perguntas sobre a legitimidade de seu governo. Tanto Michel Temer quanto os entrevistadores buscaram legitimar o golpe. Temer deixou claro que é um presidente legitimo e até eleito, porém reconhece que é um presidente impopular. Conforme escrevemos em inúmeros textos, Temer chegou ao governo através de uma golpe institucional e com isso sem base para votar as medidas impopulares.

Por mais que a grande imprensa tente esconder, cada vez mais fica claro que o governo Temer aprofundou a crise política no país. Mais do que nunca, fica claro da necessidade de uma resposta independente dos trabalhadores e demais setores populares da sociedade da sociedade.

 
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