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DIREITA
Bolsonaro deixará PSC e visa presidência de 2018 por outro partido
Daniel Avec

Após o avanço do desentendimento com o presidente do partido, Pastor Everaldo, o deputado busca diálogo com PR, PRB e até mesmo DEM visando espaço para disputar as eleições presidenciais de 2018.

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O deputado Jair Bolsonaro, que há várias semanas não conversa com a direção do PSC, tem se reunido com dirigentes e parlamentares de diversas legendas em Brasília para discutir filiação. O desentendimento com o presidente nacional do PSC e candidato a presidência pelo partido em 2014, Pastor Everaldo, chegou ao limite quando partido firmou aliança com o PCdoB no Maranhão.

Apesar de Pastor Everaldo afirmar que Bolsonaro ainda defende as mesmas ideias políticas defendidas pelo PSC, destinadas ao eleitorado conservador e evangélico, há algumas posturas que destoam da exigida pelo partido, acusando-o de personalismo excessivo e criticando seu estilo parlamentar ofensivo ao qual lhe rendeu um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao estupro.

O PSC, majoritariamente evangélico, com comportamento conservador e economicamente liberal, tinha o parlamentar como a principal fonte de votos. Sua saída pode puxar outros tantos parlamentares reacionários como Marco Feliciano (SP), seus filhos Eduardo (SP) e Flávio (RJ) Bolsonaro e o líder do governo na Câmara dos Deputados André Moura (SE). Isto poderia levar o partido a um estado de marginalização e a real possibilidade de não cumprir a “clausula de barreira” a qual retiraria ainda mais a representação do partido no cenário político nacional.

O estopim

Nas eleições municipais de outubro deste ano o PSC fechou aliança com o PCdoB em várias cidades do Brasil, mas foi no Maranhão onde aconteceu sua expressão máxima. A coligação permitiu a eleição de três vereadores do PCdoB e um do PSC. Abertamente anti-comunista, o deputado se manifestou publicamente dentro da sede do PSC do Rio de Janeiro não aceitando tal coligação.

Possível candidatura

Mesmo não aberto o prazo de campanha eleitoral para a presidência em 2018, Bolsonaro não esconde suas intenções. Usa o slogan “Vamos endireitar o Brasil” para anunciar suas intenções a corrida pelo Planalto e reafirmar a sua linha ideológica de direita reacionária, a qual se coloca contra o direito das mulheres, negros e homossexuais.

Apesar de Bolsonaro ser católico, atrai muito a atenção de partidos ligados ao eleitorado evangélico e com postura mais ativa pela busca de cargos legislativos e executivos, como é o caso do PR e do PRB (partido ligado a Universal). Seu discurso reacionário e de incitação de ódio atrai a atenção de camadas de eleitores que vem a exclusão de direitos de minorias e a valorização do nacionalismo como as saídas para as diversas injustiças sociais que afetam o país atualmente. Conforme apontado por Ricardo Mariano, professor de sociologia da Universidade de São Paulo, em entrevista ao El País em outubro deste ano, se referindo as diferentes denominações evangélicas na política: “Quando têm inimigos em comum, como feministas ou LGBTs, elas se unem. A Frente Parlamentar Evangélica se une no Congresso, e por vezes se aliam com os católicos também, contra parlamentares, bandeiras e pautas que os desagradam. Os interesses materiais, institucionais, ou algumas pautas morais, como aborto, provocam uma reação em grupo dos evangélicos: quando eles têm adversários seculares, eles se unem.”. O que mostra uma tendência política do deputado a se alinhar a organizações ligadas ao público evangélico contra pautas as quais repudia como a legalização do aborto, casamento LGBT e legalização das drogas ou mesmo com o DEM que é o herdeiro do antigo ARENA, partido da ditadura no Brasil, já que o deputado defende a volta de tal regime político.

A migração de partido de Bolsonaro e de sua corja reacionária pode significar uma nova configuração nas forças dentro do espectro de extrema-direita no parlamento brasileiro. A ofensiva de partidos evangélicos e ligados a ditadura na busca de posições legislativas e executivas caracterizam a tentativa de uma resposta a direita a crise política aberta no país. Bolsonaro representa o que há de mais abominável dentro da Câmara dos Deputados e busca formas de capitalizar o descontentamento presente na sociedade brasileira hoje. Entretanto, a polarização vista nos grandes centros políticos do país indicam que não será tão simples sua construção e que uma grande parcela da população e dos trabalhadores querem uma saída para a crise no Brasil onde seus direitos sejam defendidos, uma saída a esquerda.

 
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