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CLIENTELISMO
Bolsonaro: um político clientelista igual a qualquer outro
Jean Barroso
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Nesta semana, Eduardo Bolsonaro, de cima das alturas do púlpito da câmara de deputados, declarou seu repúdio aos professores da faculdade de ciências médicas da UNICAMP por terem escrito uma carta criticando o fato de que dirigentes do Hospital homenageavam o deputado. No vídeo que pode ser assistido abaixo, Bolsonaro gaba-se de ter destinado 500 mil através de emendas parlamentares ao Hospital da mulher em campinas, como se alguém lhe devesse gratidão por isso.

A defesa descarada do clientelismo segue no vídeo, quando o deputado afirma que, apesar da opinião dos professores, o deputado destinará mais 800 mil para o Hospital das Mulheres da UNICAMP através de nova emenda parlamentar. Para quem não sabe, uma emenda parlamentar é uma parcela do orçamento da União decidida quando a lei orçamentária anual é aprovada, que os parlamentares escolhem para onde destinar. Ou seja, em primeiro lugar este dinheiro não vem dos altíssimos salários da família Bolsonaro, dos auxílios paletó, viagens, etc, que são pagas pelo contribuinte. Pelo contrário, o dinheiro das emendas também vêm de nossos impostos!

As emendas são fruto de uma negociata entre os deputados, senadores, na hora da aprovação do orçamento. É uma espécie de “cota” dentro do orçamento para os parlamentares usarem livremente. Este site explica mais detalhadamente como funcionam.

Na prática, as emendas parlamentares não são usadas para melhorar o nível de vida da população em geral. Pelo contrário, tendo em vista o viciado sistema político brasileiro, as emendas são usadas pelos parlamentares para criar um curral eleitoral, usando o aparelho do estado para perpetuar seu poder político, prática que é denominada pela ciência política como clientelismo, um termo que os Bolsonaro usam para se referir ao PT. A prática do clientelismo, seja pela via das emendas ou de muitas outras formas, exerce uma grande influência nesta democracia corrupta, aonde uma casta política se apropria das riquezas produzidas pelos trabalhadores e pela contribuição dos impostos que não se reverte em melhoria da qualidade de vida, pelo contrário, se perde na corrupção sistêmica. Bolsonaro nunca foi diferente de todos eles.

Um clientelista igual à qualquer outro

A demagogia não encontra limites quando Bolsonaro se diz “preocupado com a saúde”, sendo que sua família se tornou árdua defensora da PEC 241 (agora 55) que congela por 20 anos o investimento na saúde pública. Os porta-vozes da reação contra os estudantes secundaristas e universitários que ocupam escolas em todo o país, obviamente, também têm seu preço, pago pelo golpista Temer através de um jantar pessoal.

Bolsonaro se irritou, pois foi flagrado no ato e denunciado pelos professores da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP em carta publicada tanto pela Carta Campinas, quanto por este Esquerda Diário que não dá trégua à casta política. Incomodado com o fato de que sua demagogia foi desmascarada, tenta fazer parecer que as vozes críticas tenham alguma conexão com o PT.

Porém, eram os Bolsonaro que até 2015 estava no Partido Progressista (PP), o partido de Maluf que era da base aliada do governo Lula e Dilma até este ano. Enganavam seus eleitores falando contra o PT, quando na realidade suas bancadas estavam à serviço de aumentar o tempo de televisão e aprovar os projetos deste partido. O Esquerda Diário, por sua vez, nunca foi filiado ao petismo, nunca recebeu nenhum benefício do estado e é bancado apenas com o esforço diário da nossa militância, que o faz por acreditar na força de ideias revolucionárias para transformar este sistema podre. O oposto de Bolsonaro, que depende deste sistema corrupto para perpetuar suas políticas misóginas, anti-operárias, racistas e sexistas, como a PEC 55 (antiga 241), o “escola sem partido”, a reforma do ensino MP 746, os ataques aos direitos trabalhistas e à previdência.

Está claro que a aliança golpista entre Bolsonaro, os golpistas do congresso, do governo central e do judiciário falam contra o clientelismo e a corrupção do PT apenas porque querem ocupar este mesmo lugar, trocando um esquema por outro enquanto atacam os trabalhadores e o povo pobre. É preciso erguer uma força anticapitalista dos trabalhadores, que questione todos privilégios concedidos por este regime para a casta política parasita deste estado que governam em benefício próprio e de um punhado de empresários.

 
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