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RELAÇÕES EUA E VENEZUELA
Maduro parabeniza Trump e espera “novos paradigmas” com a América Latina
La Izquierda Diario Venezuela

Ainda não é clara a política que terá Donald Trump com relação à Venezuela. Durante a campanha eleitoral o caso do país foi bastante tangencial, com breves menções por parte do novo inquilino da Casa Branca.

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Com relação à Venezuela, Donald Trump pode manter a mesma posição de Barack Obama, adotar uma posição mais rígida em consonância com o modo com que os republicanos vinham atuando no Congresso, ou simplesmente não ser muito ativo com relação ao país, de acordo com o discurso “isolacionista” que manteve em sua campanha. Mas a leitura do triunfo de Trump gerou declarações muito diversas tanto do governo como da oposição.

O governo de Maduro se antecipou com um comunicado oficial nesta quarta-feira parabenizando Trump por seu triunfo eleitoral, declarando que espera que nesta nova etapa “possam ser estabelecidos novos paradigmas” com a América Latina, baseados, entre outras coisas, no respeito à não-intervenção nos assuntos internos.

De acordo com um comunicado da Chancelaria, no qual os Estados Unidos são parabenizados pela realização das eleições, sustenta-se que a Venezuela “deseja que nesta nova etapa que se inicia para essa nação americana, possam ser estabelecidos novos paradigmas com nossa região, baseados no reconhecimento das identidades culturais, sociais e históricas de nossos países”. O Governo de Nicolás Maduro espera que, nesta nova etapa, os E.U.A. “saibam enfrentar os desafios econômicos, sociais e políticos que tem a humanidade e nos quais sua atuação é importante para a paz e para a estabilidade mundial”.

Já iniciada a noite desta quarta-feira, em um segundo comunicado da Chancelaria, informou-se que Maduro recebeu uma ligação de Kerry (Secretário de Estado dos Estados Unidos) para revisar o estado das relações bilaterais “no quadro do que foi conversado na cidade de Cartagena das Índias recentemente”.

No comunicado, indica-se que Maduro “insistiu ao Secretário Kerry sobre a necessidade de estabelecer e manter uma agenda de trabalho positiva para a próxima administração em prol das relações bilaterais e conjunção favorável para nossa Região”. Maduro, sempre de acordo com o comunicado, pediu a Kerry que transmitisse os parabéns ao Presidente eleito, bem como seus cumprimentos a Clinton. Embora os pormenores da ligação entre Kerry a Maduro evidentemente não tenham sido informados, boa parte teria ocorrido tendo como fundo o diálogo realizado entre a oposição e o governo, que se encontrarão novamente na próxima sexta-feira.

Casualidade ou não, o governo de Maduro publicou na rede social Twitter uma hashtag muito particular e sugestiva na manhã dessa quarta-feira: #LaPatriaDeBolivarTeSaluda (A Pátria de Bolívar Te Parabeniza). A leitura dos tweets oficiais fazia referência a um cumprimento aos diversos setores do povo da Venezuela, mas nessa quarta-feira não havia nenhuma data especial de comemoração no país, ao passo que o único evento relevante era o internacional, com o triunfo de Donald Trump. Cada um poderá fazer sua leitura, mas o que se ouve nos corredores é que o governo de Maduro estaria vendo com bons olhos a derrota de Hilary Clinton.

Por sua vez, a oposição não festejou o triunfo de Trump, mas antes lamentou a derrota de Hilary Clinton. O secretário executivo da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, chegou a comparar o triunfo de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos com a “situação vivida” pelo país há 17 anos quando o chavismo chegou ao Governo, indicando que: “Esta situação que hoje vive esse importante país do norte (...) se parece muito com uma situação vivida por nós há quase duas décadas, um país com sérios questionamentos ao estabelecimento político toma uma decisão para castigar essa classe política e o castigo acaba por ser um bumerangue”.

Com um tom muito satisfeito por conta do resultado, o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, declarou: “Perguntam minha opinião sobre o triunfo de Trump: o povo norte-americano escolheu livremente o presidente que quis e isso tem de ser respeitado”.

A chegada de Donald Trump à Casa Branca deixa aberta a pergunta sobre como será determinada a relação com a Venezuela. Nos últimos meses, os Estados Unidos estavam muito ativos com relação à política interna relativa ao país, o que foi recentemente manifestado por meio do enviado de Obama, Thomas Shannon, em virtude da mesa de diálogo aberto entre a oposição e o governo.

A Venezuela e os Estados Unidos mantêm uma tensa relação durante a última década devido a acusações de conspiração e ingerência feitas em Caracas e por declarações de “totalitarismo e corrupção” por parte de Washington. Atualmente, os Estados Unidos mantêm vigente o decreto Obama, no qual a Venezuela é considerada uma “ameaça incomum” para sua segurança nacional, um dos pontos mais graves na tensão entre os dois países.

Tradução: Eduardo Prachedes

 
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