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INTERNACIONAL
Uruguai: A paralisação geral da PIT-CNT e a presença de Dilma Rousseff
Damian Recoba, FT-Uruguai
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Dilma no Uruguai

A paralisação é convocada “contra o neoliberalismo”, uma coisa que não se poderia ter desacordo. No entanto, a presença de Dilma Rousseff, uma presidenta que antes de ser destituída já vinha aplicando um importante ajuste, é muito contraditória.

A presença de Dilma no Uruguai desperta diferentes opiniões: por um lado os meios de comunicação de centro esquerda buscam ressaltar a figura da ex-mandataria. “La Diaria” transmitirá ao vivo o ato da PIT/CNT primeiro e depois o discurso da Dilma na sede da Frente Ampla. Para diários como “El Pais”, fiel representante da direita uruguaia e da oligarquia, a política passa por se alinhar com a direita golpista brasileira e continental.

Os que fazemos parte a rede de “Esquerdo Diário”, com diários em cinco idiomas temos denunciado o golpe institucional no Brasil, sem que isso tenha significado dar um apoio político a Dilma, Lula ou ao PT. Ao mesmo tempo, defendemos que para superar a crise e freiar o avanço da direita no Brasil é necessário organizar a mobilização independente da classe operária.

O problema de fundo é que em meio de negociações salariais onde o governo e as patronais buscam impor limites aos aumentos, à medida da direção da PIT/CNT não busca potencializar a força dos trabalhadores para triunfar e sim busca esconder que quem está tentando impor as pautas de ajuste no nosso país é a própria Frente Ampla.

Por que a Frente Ampla se mantem no poder?

Dilma chega ao Uruguai em meio de um debate aberto no PT brasileiro sobre o que será do projeto estratégico do PT e a necessidade de refunda-lo em bases “frenteamplistas”, inclusive alguns setores chegam a cogitar mudar de nome para “Frente Ampla”. Porém cabe se perguntar: A Frente Ampla é um projeto exitoso?
Aos olhos de qualquer militante petista poderia se concluir rapidamente que sim (já que segue no poder). No entanto, são muitos os fatores que explicam a sobrevida da FA no regime uruguaio. Primeiro, por que viveu como os outros dos governos posneoliberais da região o ciclo de crescimento das matérias primas, o que lhe permitiu em seu primeiro mandato fazer algumas concessões económicas que permitiram recuperar níveis de vida prévios ao da crise de 2002. Em segundo lugar, a estrutura da coalisão que é a Frente Ampla e sua maioria parlamentar fez com que sua governabilidade não estivesse sujeita a alianças com partidos burgueses tradicionais como a do PT, que governou junto com o PMDB. Isso somado a estabilidade do sistema de partidos e o funcionamento da Frente Ampla como administrador do estado – o que no século passado foi feito pelo Partido Colorado – dão bases menos frágeis ao seu governo.

No entanto, o projeto da Frente Ampla também se encontra em deriva estratégica, já que depois de uma década administrando responsavelmente os negócios capitalistas, em épocas de crise económica e desaceleração, essa frente está aplicando ajustes e cortes para descarregar a crise sobre as cotas do povo trabalhador. Igual ao governo de Dilma, e anteriormente o de Lula, os governos frenteamplistas não puderam responder às profundas aspirações de centenas de milhares de trabalhadores que o apoiaram. Os problemas estruturais se agudizaram e hoje vemos no Uruguai como prima o descontentamento contra as medidas cada vez mais impopulares do governo. E por meio dessa política é que a direita tenta voltar a recuperar posições no governo dos estados, para descarregar a crise nas costas da clase trabalhadora de uma forma mais brutal ainda.

 
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