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CAMPINA GRANDE
Esquerda Diário participa de mesa sobre “Crise Capitalista, Lutas Sociais e Perspectivas do Socialismo no Século XXI” na UFCG
Déborah Maria C. Lima, Campina Grande

Em mais uma atividade, o Esquerda Diário participou de mesa-debate na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) através de Gonzalo Rojas, do staff do jornal e líder do Praxis – Grupo de Estudos sobre Estado e Luta de Classes na América Latina.

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Na oportunidade, Rojas compôs a mesa juntamente com Michel Zaidan. professor-titular do centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Tiago Bernardon, professor de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no dia 17 de outubro passado.

A intervenção de Bernardon, em linhas gerais, centrou na análise da trajetória do anarquismo no Brasil e sua relação com o movimento operário no século XX, pontuando as tentativas de conciliação dessas perspectivas com as particulares estratégias desses grupos.

Zaidan por sua vez falou sobre o cenário político brasileiro e o fortalecimento da direita como consequência das alianças feitas pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Além de discorrer a respeito do cenário geopolítico mundial, da recolonização da periferia pelos governos imperialistas e da guerra antiterror e suas conseqüências às liberdades civis.

Rojas inaugurou a exposição pontuando as diferentes visões da esquerda e na oportunidade divulgou a proposta do Esquerda Diário e sua perspectiva para construção de uma esquerda revolucionária e internacionalista, que questiona a propriedade privada burguesa e discute sua superação.

Em seguida, apresentou a organização de sua exposição em três eixos principais, relacionando-os numa totalidade: a diferença em termos gramscianos entre crise orgânica e crise conjuntural; os exemplos de lutas de classes, quais sejam o sindicalismo de base na Argentina, o movimento estudantil no Chile e as lutas da classe trabalhadora na França; e, por fim, as perspectivas socialistas no século XXI.

Rojas aponta para o fato de que vivenciamos uma crise orgânica em termos gramscianos, logo esta não seria apenas uma “crise cíclica” do capitalismo, pois ao ter início nos Estados Unidos em 2008, no coração do imperialismo e não em um país periférico, se alastrou por toda Europa tomando consequentemente forma de política de austeridade no Norte de Africa para depois se expressar com toda potência na América Latina e no Brasil. Isso numa articulação de crises econômicas, políticas e sociais que se manifestam de forma desigual e combinada em cada país a depender de sua formação econômico-social, uma crise orgânica do capitalismo que se combina com um giro à direita na superestrutura política da América Latina.

Dando continuidade ao segundo momento de sua exposição, Rojas destaca as lutas sociais e prossegue exemplificando o sindicalismo de base na Argentina que surgiu em 2003, caracterizando-o como fenômeno que busca a autonomia da classe trabalhadora, tendo como hipótese central a retomada do protagonismo da mesma na luta de classes.

Outro exemplo a que se propôs o palestrante diz respeito ao Movimento Estudantil Universitário nos primeiros anos do segundo governo de Michele Bachelet e o papel da juventude nesse processo. Os antigos pinguins, hoje universitários, mantêm uma posição anti-institucional de autonomia,Rojas destaca o movimento estudantil e sua autonomia política (não confundir com a ideologia autonomista) dos patrões, governos e do estado é um ponto de partida importante para elaboração de uma estratégia revolucionária.

Ressalta-se também que essa juventude não acredita na reforma do sistema educacional proposta por Bachelet nem nas melhorias das condições de vida dos trabalhadores prometidas pela Nova Maioria (aliança entre os partidos da velha Concertação Democrática e o Partido Comunista Chileno– PCCh), mas tão-somente na luta do movimento estudantil, na luta de classese na possibilidade de sua unificação com a classe trabalhadora.

O terceiro exemplo enfatizado por Rojas é o de lutas sociais da classe trabalhadora na França, onde se observou quatro meses de intensa mobilização contra as reformas trabalhistas, com presença ativa da juventude em sua relação com a classe trabalhadora.

Rojas encerra sua exposição fazendo considerações acerca das perspectivas para o socialismo no século XXI, enfatizando a análise de estratégias revolucionárias nas estruturas sócio-políticas “ocidentais” e regimes democrático-burgueses ante as décadas de fracasso da democracia burguesa, pontuando problemas táticos e estratégicos da articulação da luta pelo governo operário.

Citando o papel das consignas democrático-radicais, entendidas como medidas de transição e não para recompor sistemas políticos em crise, como a pauta da Assembleia Constituinte com abolição da figura presidencial e unificação dos poderes legislativo e executivo em uma câmara única, revogabilidade dos mandatos, abolição dos privilégios dos funcionários, dentre outras. Rojas ressalta a atualidade do marxismo ante a crise capitalista, retomando o debate em torno de Gramsci, Trotski e de Von Clausewitz pela III Internacional. Pensar em termos que não se separe a tática da estratégia, defender a assembleia constituinte como uma iniciativa política ativapautada a traves da mobilização, destacando que a política é importante para sair da defensiva de forma ativa e não abandonar em termos estratégicos a luta política pelo poder do Estado.

Esta como outras tarefas de propaganda desenvolvidas pelo Esquerda Diário são muito importantes já que permitem fortalecer as ideias no debate teórico, a fim de que alcancem um público cada vez mais amplo em momentos de uma crise orgânica no país com a consolidação da direita, porém menos estável que esta desejaria. Num contexto onde as ocupações de escolas, universidades e institutos federais, sendo o estado de Paraná paradigmático, somado a potencialidade de luta do mais do milhão de votos de Freixo no Rio de Janeiro,podem servir como pontos de apoio contra as ofensivas da direta no marco da gigantesca crise do Partido dos Trabalhadores (PT).

 
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