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CRISE DO PT
Com PT na lona, Ciro quer ganhar governadores petistas para sua candidatura presidencial
Daniel Andrade
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Diante da derrocada do PT nas eleições municipais deste ano e da incerteza quanto à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018, o grupo político do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) já negocia com governadores petistas a migração deles para outros partidos que integram seu projeto presidencial.

A negociação está mais avançada no Ceará, Estado de Ciro e em cuja capital, Fortaleza, ele conseguiu eleger neste domingo, 30, o seu candidato, Roberto Cláudio (PDT). No primeiro turno, a candidata do PT, a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), teve 15% dos votos e nem sequer chegou ao segundo turno. Bem ao tom dos números do PT em todas cidades com mais de 200mil habitantes no país.

No Estado do Ceará onde duas famílias rivais dominam a política, os tucanos Jereissati, e os uma hora tucanos, outra hora petista, outra hora eles mesmos, a família Gomes, o governador Camilo Santana (PT) busca integrar o projeto de Ciro via PSB. Ele já conversou com o presidente do partido, Carlos Siqueira, segundo especulações (ou informes privilegiados) da mídia local. Uma das possibilidades em debate é de que ele possa disputar o Senado pela sigla em 2018. Isso abriria espaço para o ex-governador Cid Gomes (PDT), irmão de Ciro, concorrer novamente ao governo. Toda uma "venda casada", o governador petista vai para o senado com o apoio da família Gomes, os Gomes voltam ao governo do Estado e fecham o estado para a campanha nacional. Só falta combinar com os eleitores.

A ideia de interlocutores de Ciro é que, a partir do Ceará, outros governadores do Nordeste também integrem o seu projeto de chegar ao Planalto. No dia 20 do mês passado, o próprio Santana se reuniu com outros dois governadores petistas que, segundo fontes, também têm apontado dificuldades eleitorais em 2018 caso continuem no PT: Rui Costa (Bahia) e Wellington Dias (Piauí). Oficialmente, o encontro foi para discutir a conjuntura política. A saída do PT teria sido um dos assuntos do encontro, que ocorreu em Salvador.

O Nordeste é a região onde o PT, após a chegada de Lula à Presidência, conseguiu mais votos em todas as eleições presidenciais desde 2006. Neste ano, porém, não elegeu nenhum prefeito nas nove capitais da região, nem mesmo conseguiu eleger prefeitos em cidades importantes do interior como Vitória da Conquista na Bahia.

Na Câmara dos Deputados, o partido se prepara para uma possível debandada de parlamentares para outras siglas. Estima-se que até 40 dos 58 parlamentares do partido avaliam a saída da legenda. Segundo informações do Estado de São Paulo, o PDT de Ciro tenta atrair a maior parte deste grupo que estaria insatisfeito.

Graças a um punhado de discursos mais enfáticos contra Cunha ou contra o golpe institucional, na escola de um bom populismo nacional, Ciro Gomes que foi ministro de Itamar, agora aparece como esperança do progressismo e da esquerda. Na falta de cavalo próprio o PT apela a qualquer pangaré, mesmo aquele que eles sempre criticaram como uma "semi-oposição" ao neoliberalismo de FHC.

A falta de confiança na ação da classe trabalhadora, impedida de lutar contra a PEC 241 e tantos ataques de Temer e das patronais pelas ações burocráticas da CUT e CTB que se limitam a ocasionais "dias de protesto" sem construção nos locais de trabalho, o PT e parte das "forças progressistas" apelam a um ministro de Itamar, parceiro na implantação do plano Real como salvação. A não confiança na classe trabalhadora está diretamente ligada ao excesso de confiança em um oligarca regional. Ele agradece, e engrandecido começa a preparar-se para 2018.

Com informações da Agência Estado

 
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