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TRIBUNA ABERTA
A precariedade das formas alternativas de trabalho
Suelen C. Santos

Em todo o mundo, a juventude é uma das principais parcelas da sociedade que tem sofrido diariamente com a crise que os capitalistas estão fazendo a classe trabalhadora pagar.

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As relações de trabalho que se precarizam cada vez mais, empurram os jovens na sua maioria para o subemprego ou para a situação de desemprego. O custo de vida cada vez mais alto e a necessidade de pagar por moradia, alimentação, transporte e muitas vezes até mesmo pela educação e formação profissional, fazem com que não só os jovens mais pobres, mas também muitas mulheres tenham que optar entre ser explorado formalmente ou informalmente, porque as formas alternativas de trabalho também reservam condições precárias para estas pessoas.

As atividades desenvolvidas por estes trabalhadores são as mais diversas; desde os jovens artistas que tocam, cantam e interpretam pelas ruas, até os imigrantes que comercializam os mais diversos produtos ou mesmo professores dando aulas contratados, sem nenhum vínculo formal que garanta seus direitos trabalhistas. Vale ressaltar que é muito grande o contingente de pessoas trabalhando dessa forma. E as organizações sindicais tradicionais pouco têm dado conta disso. Organizações de economia solidária também não têm sido suficientes e nem todas são tão bem intencionadas como dizem.

Esses trabalhadores apesar de estarem em muitos lugares são na maior parte do tempo invisibilizados e antes dos anos 90 com a instituição do ECA, essa forma de trabalho incluía grande número de crianças e adolescentes, mas ainda hoje essa forma de exploração persiste.

Já os jovens que produzem diferentes coisas para serem comercializadas, desde alimentos, roupas, arte e literatura, dispõem de pouquíssimos lugares para expor para o público. Os que são estudantes são proibidos de fazer isso na universidade e nas faculdades privadas. Os espaços públicos também são na sua maioria proibidos para este tipo de atividade e nem sequer disfarçam que a cidade é pensada para os grandes negócios. Os bairros são dormitórios onde os trabalhadores apenas descansam para a jornada do dia seguinte. Os moradores que trabalham dessa forma geralmente fazem isso no centro das cidades.

Existe também uma enorme burocracia por parte do Estado para reconhecer esses trabalhadores, sendo muitas vezes necessário pagar taxas para ter a carteirinha que permite trabalhar e usar os espaços públicos sem correr o risco de ser expulso pela polícia, em alguns casos até preso.

Essa mesma lógica de ter que pagar para utilizar os espaços para essas atividades se aplica também nos eventos e feiras. Mesmo os que se dizem alternativos ou beneficentes. Existe nesse meio com muita naturalidade a cultura de cobrar para participar, para utilizar o espaço e a divulgação do evento.

É o velho vestido de novo. Exploração do trabalho alheio da mesma forma que qualquer patrão faz. É necessário romper com essa lógica que não deixa alternativa para grande parte dos jovens além de submetê-los a essas condições precárias de trabalho, seja de forma formal, sendo explorado com a carteira profissional assinada em subempregos, ou enquanto tentam colocar em prática formas alternativas de trabalho.

 
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