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DESEMPREGO NO ABC
Desemprego massivo: é preciso organizar um plano de lutas para que os capitalistas paguem pela crise
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC divulgou nessa última quarta-feira a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) da região. O resultado é alarmante, são milhares de trabalhadores desempregados que já nem entram mais nas estatísticas, o motivo é simples: a crise econômica que afeta em cheio o ABC faz com que trabalhadores desempregados desistam de procurar trabalho na região, pois sabem que dificilmente irão encontrar.

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A pesquisa prova que o número de desempregados caiu pelo quarto mês consecutivo. Em maio era de 17,1% e no mês passado estava em 16%, porém a queda está ligada à diminuição da população economicamente ativa da região (PEA). No ABC a taxa de pessoas que estão saindo do mercado de trabalho e desistem de procurar uma nova ocupação é muito grande.

Os dados não deixam dúvidas, são 34 mil moradores do ABC que deixaram de aparecer na PEA, em um momento em que a região conta com 226 mil pessoas desempregadas. Somente no mês de setembro foram 39 mil postos de trabalho fechados no país, no último ano são 1,6 milhão de postos de trabalho suprimidos.

Essa situação nacional mostra um país governado por grandes capitalistas, a serviço de seus próprios interesses. Acabou o período de crescimento econômico e é nas costas dos trabalhadores que os capitalistas vão descarregar os efeitos da crise.

Além dos milhares de desempregados espalhados por todo o Brasil, o governo golpista de Temer quer avançar sobre os nossos direitos, conquistados com nossa luta e organização. O governo diz que é preciso cortar gastos públicos para conter a crise, a PEC 241 foi aprovada em segunda instância por maioria parlamentar, e, se também passar no Senado, o governo congelará os gastos com saúde e educação por 20 anos, esses serviços públicos que já são precários ficarão ainda piores sem investimento estatal. A contradição é que os cortes serão nos serviços básicos garantidos pela constituição e não nos salários altíssimos que políticos e funcionários de alto escalão recebem às custas do nosso trabalho.

O governo quer fazer uma reforma nas leis trabalhistas e também na previdência, vai aumentar o tempo de aposentadoria, cortar seguro desemprego e atacar nossa organização independente, como já se expressa nas inúmeras restrições à esquerda nas eleições e nos postos parlamentares. Além disso, enquanto a educação é precarizada e privatizada, o governo aumenta os salários da polícia para garantir a repressão necessária caso as lutas da juventude e dos trabalhadores extrapolem as barreiras impostas pela mídia oficial e suas falsificações sobre os efeitos dos ajustes.

A juventude segue dando exemplo de luta e resistência, são milhares de escolas e universidades ocupadas em todo o país. No ABC também se expressa a disposição de luta com atos de rua e questionamentos aos planos do governo, porém essas mobilizações são insuficientes para mudar a correlação de forças e impor uma derrota aos golpistas.

O caminho que as ocupações apontam tem que ser tomado pelo conjunto dos trabalhadores que sentirão cada dia mais forte os efeitos dos cortes e ajustes contra nós. Os políticos seguem com seus privilégios pagos com dinheiro público e jogam a culpa na gente pelo rombo na previdência.

Um plano de lutas contra os ataques aos nossos direitos é urgente e necessário, mas para isso se efetivar não basta as grandes centrais sindicais falarem em greve geral, enquanto, concretamente, não bancam os enfrentamentos necessários com as patronais, que lucraram muito nos últimos anos e agora demitem e reduzem salários e direitos para seguirem lucrando. Um exemplo disso foi o encerramento recente da greve da Scania, feito por urna, para esconder o descontentamento com o acordo de 5% de reajuste feito entre sindicato e patronal.

As grandes centrais sindicais ligadas ao ex-governo Dilma, como a CUT e a CTB, seguem em uma trégua com o governo e seus ataques. É preciso elevar as lutas e mostrar exemplos para o conjunto dos trabalhadores, como ainda pode ser feito na ocupação da Karmann Ghia, fazendo com que a luta operária pese na região e seja um ponto de apoio importante para todas as lutas que se desenvolvam no país. É urgente organizar um plano de lutas contra o governo golpista e seus ataques que nos levarão a um país sem futuro.

 
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