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OCUPAÇÕES NO PARANÁ
Nota da rede de apoios às ocupações sobre o dia 24 de outubro de 2016
Redação

Publicamos nota do coletivo CWB Contra Temer de Curitiba sobre o assassinato do estudante secundarista Lucas na última segunda (24).

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Infelizmente, o clima de intolerância e violência que denunciamos em nossa nota, durante o fim de semana, fez sua primeira vítima. A morte de um estudante em uma ocupação numa escola no bairro de Santa Felicidade em Curitiba é mais capítulo na escalada da violência cotidiana que acomete todas as grandes cidades brasileiras, tendo como suas maiores vítimas os jovens da periferia. Nos colocamos à disposição com que estiver ao nosso alcance em ajudar a família do estudante morto, e também aos demais estudantes ocupados para que cenas como esta não se repitam mais durante os próximos dias.

Entendemos o ambiente tenso e hostil que vivenciamos durante todo o dia de hoje, 24 de outubro de 2016, como resultado de uma estratégia deliberada do Governo do Estado do Paraná, de criminalizar e incentivar ataques aos estudantes nas escolas ocupadas. Esta “tática de terror” teve início após encontro do Governador Beto Richa com o Ministro da Educação Mendonça Filho no início da semana passada, seguida de uma série de ações coordenadas no sentido de criminalizar e amedrontar estudantes, pais e professores que apoiam o movimento de ocupação, cerceando suas liberdades democráticas, e principalmente incentivando a desocupação das escolas com violência. O principal ato nesse sentido foi a reunião deste domingo na Casa Civil do Governo Estadual com cerca de 60 pessoas que se posicionam clara e abertamente contra as ocupações em que se incluem estudantes, professores e pessoas que defendem o retorno da ditadura militar e idéias totalitárias e intolerantes, como é o caso do MBL (Movimento Brasil Livre). Movimento este que durante toda a semana passada nas redes sociais fez várias publicações cheias de ódio contra os estudantes, os ofendendo com palavras como maconheiros e vagabundas, e incentivando os seus seguidores não só a fazer o mesmo, mas também a conclamar as pessoas a agirem da mesma forma na frente das escolas.

Neste sentido, lembramos do episódio em que membros do movimento foram às portas do Colégio Estadual do Paraná ofender e provocar conflito com os estudantes ocupados apenas no intuito de produzir vídeos para um canal do Youtube, o “ Mamãe Falei”. Em outra frente, o Governo via Secretaria de Educação agiu no sentido de coagir os diretores e professores os ameaçando de sofrer processos administrativos e até mesmo demissão em caso de apoiar as ocupações. As orientações foram claras para que os professores fossem nesta manhã à frente das escolas forçar a desocupação para garantir que não houvesse nenhuma perseguição ou represália contra eles.

Após o clima de tensão instaurado, esta segunda foi marcada por uma onda de violência nas portas das escolas ocupadas em que os manifestantes agiam com violência física e psicológica contra adolescentes que fazem uma luta legítima contra a Medida Provisória 746 do Governo Federal. Algumas cenas vistas no dia hoje mostraram portas de escolas transformadas em verdadeiros campos de batalha, ocupantes e manifestantes se confrontando enquanto os principais responsáveis apenas assistiam tranquilamente esperando um desfecho que não poderia ser de outra forma, violento. A morte do estudante, foi apenas o capítulo mais triste de um dia marcado pela tensão.

Lamentamos profundamente a postura oportunista do Governador, e dos meios de comunicação em atribuir responsabilidade ao movimento. Já havíamos feito denúncia em nossa nota durante o final de semana, mas no Estado do Paraná já é de praxe agir com autoritarismo e violência extrema contra os movimentos sociais, vide o 29 de abril de 2015, quando o mesmo Governo comandou um massacre contra os professores na Praça Nossa Senhora de Salete.

A postura do governo estadual é irresponsável e inaceitável, porque ao incentivar a violência contra as ocupações contribuiu apenas em fechar o canal de diálogo com os estudantes e a comunidade que estão envolvidos neste movimento que tenta resistir contra o desmonte da educação pública.

Nossa luta não se encerra aqui!
Todo apoio ao movimento secundarista!
NÃO TEM ARREGO!

 
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