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CRISE POLÍTICA E LAVA JATO
Renan Calheiros crítica Alexandre de Moraes e senadores discursam contra a Operação Metis
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB - AL), fez duras criticas ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e disse que a Polícia Federal utiliza ’’métodos fascistas’’ por ordem um ’’juizeco de primeira instância’’. Irritado, ele atacou também o que considerou ’’excessos’’ da Lava Jato. De acordo com o presidente do Senado é "É inacreditável que uma pinimba de agentes defina uma crise institucional".

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Depois de voltarem ao trabalho nesta segunda-feira, os senadores criticaram em plenário a Operação Métis que ocorreu na última sexta-feira, com o objetivo de desarticular uma suposta organização que busca atrapalhar as investigações da Lava Jato. De acordo com o senador José Medeiros do PSD que discursou sobre o assunto: "É bom que a gente esclareça, para que a gente não entre em guerra de corporações, para que a gente não entre na briga de vaidades feridas" e depois ele complementa que é preciso "não demonizar os servidores".

De acordo com a Polícia Federal, aparelhos de detecção de grampos em poder da Polícia Legislativa foram usados em seis imóveis ligados a dois senadores e dois ex - senadores: Fernando Collor (PTC- AL), Lobão Filho (PMDB - MA), Gleisi Hoffman (PT -PR) e José Sarney (PMDB - MA). Em plenária José Medeiros disse. "Vou confessar uma coisa aqui: faço varredura constantemente no meu gabinete. Se isso for motivo de prisão, por favor, me algemem" e depois complementou que. "O Pedro, que é o chefe da polícia, que não está me ouvindo, está me devendo uma varredura no meu gabinete. Não mandei por documento, mas solicitei também uma varredura’’.

De acordo com o parlamentar, as varreduras são importantes porque ele e seus pares tratam de assuntos que ’’devem ser sigilosos, não porque seriam ilegais, mas por serem assuntos de interesse da Nação, assuntos que, por vezes, se fossem a público, poderiam derrubar o mercado, poderiam influenciar na Bolsa, porque são informações privilegiadas e poderiam trazer prejuízo a Nação.

O senador Lindbergh Farias, que presidiu a sessão desta segunda-feira, fez um aparte para também criticar o ’’ato que exorbitou todas as competências, pois o ’’funcionário agiu uma solicitação’’. ’’A meu ver, foi um excesso, um abuso. Mas estamos vendo a desmoralização do Parlamento, desmoralização do Senado. Fica bonito até para o juiz autorizar uma prisão de servidores que estão ali no estrito cumprimento do seu dever funcional, como está garantido pelo Regimento Interno do Senado"

No seu primeiro pronunciamento público após a Operação Métis, realizada no Senado na semana passada, o presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB - AL), fez duras criticas ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e disse que a Polícia Federal utiliza ’’métodos fascistas’’ por ordem um ’’juizeco de primeira instância’’.

Irritado, ele atacou também o que considerou ’’excessos’’ da Lava Jato. De acordo com o presidente do Senado é "É inacreditável que uma pinimba de agentes defina uma crise institucional", por conta à delação de um policial legislativo que deu origem a ação que culminou com a prisão de quatro agentes. Junto com os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), além do deputado Paulinho da Força (SD-SP), Renan Calheiros disse, nesta segunda-feira (24), que o Senado ingressará com uma ação no Supremo Tribunal Federal para "fixar as competências dos poderes".

No texto, o presidente do Senado falara sobre o episódio envolvendo a busca e apreensão no apartamento da senadora Gleisi Hoffmann, a condução coercitiva do ex presidente Lula e os áudios vazados de conversa entre Lula e a ex - presidente Dilma Rousseff. Renan Calheiros criticou o "espetáculo inusitado com participação do ministro do governo federal que não tem se portado como ministro de Estado, mas como chefete de polícia". Ele disse também que esteve neste domingo com o presidente golpista Michel Temer.

Porém, Renan Calheiros negou ter pedido a cabeça de Moraes que, para ele, "falou mais do que devia, dando bom dia a cavalo". Para o Senador, a Operação Métis, da última sexta-feira (21), teve objetivo de "constranger e intimidar". "Tenho ódio e nojo de comportamentos fascistas. Como presidente do Senado, cabe a mim repelir" disse

De acordo com o Senador peemedebista, "A Lava Jato é sagrada, significa sempre avanços. Mas não quer dizer que não podemos criticar seus excessos". "A submissão ao modelo democrático não implica em comportamento passivo", afirmou o presidente do Senado Renan Calheiros. De acordo com ele "Estamos nos avizinhando do Estado de exceção. Não podemos chegar a isso", que alegou que houve "dezenas" de pedidos de varredura, inclusive de senadores que não são alvo da Lava Jato.

Numa entrevista que durou meia hora, Renan Calheiros listou 17 varreduras solicitadas por senadores, ex - senadores, servidores, além do ex - presidente da Câmera, Eduardo Cunha. De acordo com o presidente do Senado. "Fazer varredura para detectar grampos ilegais é uma rotina. Esta atividade, além de regulamentada no Senado Federal, é uma atuação rotineira", completando que até a Polícia Federal já requisitou os equipamentos do Senado, em 2005.

A Operação Mertis, como parte Lava Jato mostrou novamente que está em curso no país uma operação que é totalmente arbitrária e que rompe até com qualquer principio estabelecido pela norma democrática burguesa. Ainda que seja que a princípio avance primeiramente contra os de cima, a Lava Jato leva o fortalecimento do poder Judiciário que certamente atacará as próximas lutas que virão contra as medidas impopulares do governo golpista.

Contudo, essa recente ação, assim como a votação da reforma política juntamente com leis contrarias ao abuso de poder, propostas por Renan Calheiros, vem estremecendo ainda mais as alas do governo e do judiciário, fomentando uma crise ainda superior no futuro.

 
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