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CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DO PROTESTO
França: milhares exigiram a absolvição dos operários da Goodyear
Laura Varlet
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Os trabalhadores da ex-fábrica de pneus Goodyear, em Amiens, na França, vem sofrendo a perseguição do estado e da patronal e foram condenados a 9 meses de prisão. Eles têm enfrentado o fechamento da fábrica, lutando durante mais de 7 anos para que 1200 famílias não fiquem na rua, hoje o estado se encarrega de criminalizar os 8 operários ativistas. Milhares estão se mobilizando em todo país, neste 19 e 20 de outubro, dias em que se realiza o julgamento do recurso.

Nenhum operário vai à prisão por defender emprego

Assim que a patronal retirou a queixa, o Estado decidiu mantê-la tentando com isso mostrar um exemplo com a luta dos trabalhadores de Goodyear. O objetivo é claro: logo depois da enorme luta contra a reforma trabalhista a princípio deste ano, o governo quer enviar uma mensagem clara a todos os trabalhadores que querem levantar a cabeça.

Desde a manhã desta quinta-feira 19, milhares de trabalhadores e jovens solidários foram chegando a Amiens, em ônibus vindos de diferentes lugares do país, para manifestar-se em apoio aos operários da Goodyear. Amiens, hoje convertida na capital da luta operária, recebia pouco a pouco as numerosas delegações que chegaram de Paris e arredores, a cidade portuária e vanguarda da luta operária Le Havre, desde Dieppe, Rouen, Mulhouse e Avignon, centenas de ônibus. Uma importante mostra de determinação de todos aqueles que compreendem o que está em jogo em Amiens, não só para os trabalhadores da Goodyear, mas para o conjunto do movimento operário e do movimento social na França: se tocam em um, tocam em todos!

Solidariedade e unidade operária em apoio aos 8 companheiros

Membros de distintas organizações sindicais, a CGT e Solidaires, e políticas, Novo Partido Anticapitalista, Lutte Ouvriére, Ensemble, Partido Comunista Francês e Partido de Gauche (Esquerda), se fizeram presentes. Tambés estiveram diferentes setores combativos de todo o país: trabalhadores das montadoras, portuários, das refinarias (que um momento foram vanguarda da mobilização contra a lei trabalhista nos últimos meses), trabalhadores dos correios, ferroviários, da Air France, da energia, da educação, e de distintas empresas estatais.

No ato falaram não só diferentes setores de trabalhadores presentes, mas também Guillaume Vadot, docente universitário que foi vítima da repressão policial quando filmava a conduta violenta a uma mulher negra,e Amal Bentounsi, referência na luta contra a impunidade policial nos bairros populares. Ambos remarcaram a necessidade de unir os protestos contra a repressão, e golpear com um só punho. Esta unidade faria chacoalhar as classes dominantes e o governo, e teria permitido, por exemplo durante a luta contra a reforma trabalhista, colocar em movimento uma força social capaz de fazer retroceder a patronal e o governo.

A jornada de luta é o primeiro passo à absolvição

Enquanto escrevemos essa nota, somos informados que o resultado do julgamento será publicado apenas em 11 de janeiro, quando em princípio deveria ser publicado amanhã. É uma clara provocação frente a mobilização de milhares hoje em frente ao tribunal de Amiens. Também chegou a informação que a Procuradoria exige 24 meses de prisão condicional para os trabalhadores da Goodyear, retirando assim os 9 meses de prisão efetiva.

Essa é uma mostra que a luta e a mobilização fazem o governo retroceder, mas não é ainda suficiente para conseguir a absolvição. A mobilização deve continuar, redobrando a luta pela absolvição definitiva. Inclusive hoje, a mobilização teria sido mais importante se as centrais sindicais, começando pela CGT, tivessem mobilizado com todas suas forças para fazer desta jornada, uma jornada e Greve nacional.

Essa deve ser a perspectiva, seguir pressionando para que este ataque a todos os trabalhadores combativos da França não passe. Nenhum preso por lutar! Abaixo a condenação dos operários da Goodyear!

Tradução: Filipe Amorim

 
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