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PMDB EM DELAÇÃO PREMIADA
Fernando Cavendish cita PSDB e PMDB em delação premiada.
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O grande empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta Engenharia, negocia um acordo de delação no qual pretende detalhar pagamentos de propina a políticos do PMDB e do PSDB relacionados a obras nos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, além de estatais federais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e Petrobrás. O acordo de delação se dá no âmbito da Operação Saqueador, da qual o empresário foi alvo em junho deste ano.

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A proposta entregue aos procuradores do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e à Procuradoria Geral da República, Cavendish fala de pagamentos indevidos que seriam destinados ao senador Aloysio Nunes Ferreira do PSDB. A empreiteira integrou consórcio por um dos lotes da obra de ampliação da Marginal Tietê, que foi alvo de denúncia do Ministério Público de São Paulo. Esta investigação apura o pagamento de um aditivo de 71 milhões à Delta, que teria repassado a empresa de fachada em nome do operador Adir Assad, alvo da Operação Lava Jato. Um dos responsáveis pela obra era o ex - diretor da Dersa Paulo Vieira Souza, afilhado político do Senador Aloysio.

A obra, realizada entre 2009 e 2011, foi resultado de um convênio firmado entre o governo de São Paulo, à época comandado pelo atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, e a gestão municipal de Gilberto Kassab. A Delta recebeu ao todo 360 milhões para a execução do lote 2, com abertura de vias da Ponte das Bandeiras, no centro, até a Rua Ulisses Cruz.

Já no Rio de Janeiro, Cavendish detalha sua relação com o ex - governador do Estado Sérgio Cabral e desvios praticados para obter contratos de obra, com a reforma do Estádio do Maracana, do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, realizada com dispensa de licitação e da transposição do Rio Turvo. Na época da Operação Monte Carlo, surgiram pela primeira vez as suspeitas sobre a relação de Cavendish e Cabral.

Em relação a reforma do Maracanã para a Copa de 2014, o pagamento de propina já foi citado em delação premiada pelos executivos Rogério Nora de Sá e Clovis Peixoto Primo, da Andrade Gutierrez. De acordo com os delatores, Cabral teria cobrado 5% de propina do valor do contrato para liberar a formação do consórcio entre Andrade, Odebrecht e Delta. Orçada inicialmente em R$ 720 milhões, a obra custou cerca de 1,2 bilhão.

Outro anexo da proposta relata supostos desvios praticado em Goiás, onde firmou contratos com o governo do tucano Marconi Perillo e municipios do Estado que somam ao menos R$ 276 milhões. O empresário também fala na proposta de colaboração sobre irregularidades para obter contratos com o Dnit. No anexo, ele explica como se deu o pagamento de vantagem indevida na disputa por obras de ao menos quatro rodovias federais.

Conforme já vínhamos denunciando neste site, o golpe institucional fez com que os esquemas de corrupção com cara petista fossem trocados por esquemas com a cara da direita. Ao contrário do que dizem grupos da direita, o problema da corrupção não está no PT mas neste sistema que faz com que os grandes empresários comprem os políticos para atender os seus interesses.

Frente a este caso, a pergunta que fica é: Onde está Sergio Moro e sua turma? Sabemos que o governo golpista de Temer já iniciou a votação de medidas impopulares como a PEC 241 e anunciou que quer votar ainda neste ano a Reforma da Previdência. Frente a este cenário, a Lava Jato fecha os olhos para casos de corrupção do PMDB e o PSDB e passa apenas focar no desmantelamento do PT.

De acordo com o texto da Marcella Campos escreveu para este site, Michel Temer tem medo da repercussão da delação premiada pode causar no seu instável governo. Por isso que ’’Para evitar que a turbulência prejudique seus planos de atacar e fazer a os trabalhadores pagarem pela crise, o governo quer adiantar ao máximo as tramitações e votações no Congresso sobre a PEC 241 e da Reforma da Previdência. A ideia de Michel Temer é acelerar para que a PEC 241 chegue ao Senado até novembro e em seguida comecem as votações sobre a Reforma da Previdência’’.

Neste sentido, no caso envolvendo Cavendish no máximo que pode acontecer é um ou outro político sendo punido. Nomes que aparecem na delação premiada como José Serra e Aloysio Nunes, já apareceram em outras delações. Contudo, estes mesmos continuam ocupando os seus cargos e recebendo os suas benesses. Uma das intenções do Judiciário em manter esta impunidade é beneficiar um futuro governo do PSDB.

 
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