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CARTA
Aos secundaristas paranaenses
Redação
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Saúdo todos os estudantes secundaristas do Paraná que mostram muita força e que também estão na luta contra os ataques do Temer golpista na nossa educação. Hoje o que vocês estão fazendo aí, nos dá muita força.

Aqui em São Paulo a luta se mantém forte, mas perigosa. A Policia Militar de Alckimin tem agido de forma truculenta nos atos de rua e nas ocupações de escolas. No final do ano passado, nós estudantes secundaristas do estado de São Paulo nos rebelamos contra um forte ataque do governo Alckimin na educação, onde seriam fechadas 94 escolas e muitas salas de aulas. Com isso, as salas ficariam ainda mais superlotadas, o ensino que já é péssimo, ficaria pior, as escolas ficariam ainda mais longes da residência dos estudantes e muitos professores iriam perder seu emprego. Com certeza, esse projeto nos traria muitos outros problemas, mas estes foram apontados desde quando fomos avisados desta mudança. Sim, avisados, pois nenhum aluno nem as comunidades das escolas foram consultados para que o projeto fosse aprovado e implantado na rede de ensino. Nos últimos meses do ano letivo de 2015 recebemos a notícia de que nossas escolas passariam pela tal “Reorganização Escolar”, na qual percebemos que o único objetivo era desorganizar ainda mais a situação de ensino e a vida de milhares de adolescentes. Como o governador quer uma reorganização sendo que nada que ja tinha estava organizado?

Então, os secundaristas começaram a se organizar afim de barrar este projeto. Os primeiros passos foram os atos de rua, tanto na capital quanto nas cidades. A tática era fechar as ruas para conseguirmos mostrar à população o que estava acontecendo, também tentando trazer mídia para que mais pessoas fossem atingidas com essa informação. Foram ao total cerca de 163 atos de setembro até novembro. As pessoas que passavam pelas ruas começaram a se interessar pelo movimento e ficavam indignadas com o que estava prestes a acontecer, foi com isso que conseguimos o apoio popular. Já as mídias registravam mas nunca soltavam nas redes a verdade de fato, pois sempre estavam ao lado do governo e muitas vezes nos colocava apenas como baderneiros, sem ter o que fazer, etc, etc, etc.Com excessão das mídias independentes de esquerda. Depois de idas até as secretarias da educação, depois de estudantes da capital se reunirem com o secretário da educação e recebermos um “aceita que dói menos”, vimos que aceitar significaria uma vida ainda mais difícil e um ensino cada vez mais precário ao nosso futuro. Foi ai que a última tática surgiu inspirada nos estudantes do Chile, chamada ‘revolta dos pinguins’, onde os estudantes ocuparam suas escolas para que suas reivindicações fossem atendidas. A primeira escola foi ocupada e não demorou muito para que as outras ocupassem em forma de apoio e força na luta. Logo, foram 200. Todas as escolas contavam com diversos apoios, como partidos, independentes, professores, sindicatos. Muitas destes realmente queriam nos apoiar e aos poucos fomos sabendo lidar com cada um deles.

Infelizmente algumas organizações como a Ubes e a Une não estavam lá para nos apoiar de fato. Em vez de possibilitar materialmente, dar força ao nosso movimento, eles se colocaram como representantes oficiais do movimento, sem consultar nós estudantes que estavamos ocupados. Simplesmente decidiram negociar com o Governador Alckmin em nome de nós. Eles estiveram no começo das ocupações se colocando de modo burocrático, como se fossem os que mandassem em tudo naturalmente, o que não aceitamos. Foram expulsos da maior parte das ocupações pra que pudessemos nos organizar de fato.

Aprendemos muito no tempo de ocupação, principalmente em confiar nas nossas próprias forças. E também sobre quão bem Alckmin e suas tropas estão organizados. Assim como Temer, que tem do lado de si todos os golpistas e por outro lado, a passividade da UBES e da UNE também os favorece. Por isso precisamos estar muito organizados para conseguir combatê-los. E aí vem a necessidade de um Comando Unificado, uma articulação construída entre todas as escolas e universidades em luta contra a PEC 241 e a MP da Reforma do Ensino Médio, para que toda essa força espalhada pelo Estado do Paraná se transforme em um só fortíssimo punho. E assim, unificado, tenha força para incendiar o país todo.

Até porque está mais do que na hora. Para garantir que todas as nossas forças sejam as maiores possíveis, o Comando Unificado tem que ter representantes eleitos democraticamente em cada escola que possam realmente representar a discutir as posições políticas para unificar a luta de verdade.

Os projetos contra os quais estamos lutando não tem cabimento algum, querem transformar todos nós em mão de obra barata. E impedir o pensamento crítico, além de retirar dinheiro aonde já não existe: saúde e educação públicas. Estamos juntos, mesmo à distância! Toda força a vocês!

 
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