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SERTÃO DE PERNAMBUCO
Semana de protestos de estudantes demostra o repúdio aos ataques do governo golpista de Temer
Janaina Freire, de Serra Talhada em Pernambuco

Estudantes de Serra Talhada, distante 420 km da capital pernambucana, realizaram durante esta semana protestos, em consonância com a crescente onda de mobilizações pelo país, em defesa da educação pública e contra a proposta de emenda constitucional 241, do governo golpista de Temer.

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Foto: ttps://szmais.wordpress.com/2016/10/13/serra-talhada-dezenas-de-estudantes-da-uastufrpe-fecham-rodovia-nesta-quinta-em-protesto/

As principais ruas da cidade do Sertão de Pernambuco foram tomadas, na manhã da segunda-feira, dia 10, por estudantes secundaristas de diversas escolas públicas locais.

Vencendo o autoritarismo oriundo de algumas direções das escolas, que tentaram impedir a legítima manifestação contra os severos ataques vindos do governo golpista, os estudantes saíram em passeata, vestindo preto, contra a votação da PEC 241, que congelará por vinte anos o que se tem chamado de “gastos públicos”: Uma clara investida contra as áreas sociais da saúde e da educação, que estão sendo usadas como “bode expiatório” para, na tentativa de recomposição do sistema em crise, fazer os trabalhadores e jovens pagarem a conta.

Foto: Farol de Notícias

Ao final do ato, os estudantes se reuniram e junto a alguns professores apoiadores da manifestação, discutiram as consequências da PEC 241 e também da Medida Provisória 746/2016, de proposta de mudança curricular - proposta essa defendida ainda no governo de Dilma Rousseff e, agora, retomada pelo atual Ministro da Educação Mendonça Filho, com vias a ser implementada já no início de 2018 – que visa “reformar” o Ensino Médio.

Em seus discursos e palavras de ordem, durante o ato, os secundaristas deixaram claro que o grito de “Fora, Temer” traz consigo todo o repúdio a essas propostas que, ao defenderem o congelamento de gastos; a extinção de disciplinas como Sociologia, Filosofia, Artes e Educação Física do currículo do Ensino Médio, sinalizam um projeto de educação voltado para uma formação incompleta, tecnificada e com ênfase apenas na formação de mão de obra para o mercado de trabalho: a precarização e o sucateamento de uma área (a educação) na qual a intervenção estatal se dá para garantir a reprodução do sistema e manter a ordem social vigente. Rebaixando mais ainda o salário e carreiras dos professores e reforçando as péssimas condições das escolas públicas, o terreno fica aberto, então, à entrada de empresas privadas nas redes públicas de ensino.

Foto: Blog Farol de notícias.

O repúdio às ações do governo golpista continuaram em Serra Talhada no dia 13, quinta-feira, quando estudantes do campus da Unidade Acadêmica de Serra Talha (UAST), vinculado à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), bloquearam a estrada que dá acesso à unidade e paralisaram, por todo o dia, as aulas.

Foto: http://caderno1.com.br/estudantes-da-uast-continuam-com-manifestacao-contra-pl-de-emancipacao-da-unidade/)

O protesto dos estudantes, nesta feita, foi em apoio aos secundaristas, mas também se voltou contra o Projeto de Lei que tramita na Câmara de Deputados, PL 5173/2016, apresentado pelo deputado federal Kaio Maniçoba (PMDB – PE), que visa autorizar o Poder Executivo a analisar a viabilidade de transformação da atual unidade acadêmica em “universidade autônoma”. Um processo de desmembramento que, diante dos cortes de gastos nas universidades federais, causará, segundo as reflexões dos próprios estudantes, um sucateamento da unidade, fato transformará essa “emancipação” em um fator facilitador para a privatização.

Vale destacar, que o campus local é fruto do processo de expansão universitária precarizada, criada nos governos petistas, através do REUNI, mas que atende a alunos de uma significativa região, que em sua maioria são de baixa renda e filhos de agricultores. A unidade possui dez anos e tem gravíssimos problemas estruturais, como a falta de um restaurante universitário e, agora, sofre, a partir desse projeto de lei, um duro golpe, que conta com o apoio das “forças vivas’ da cidade, como a Câmara de Dirigentes Lojistas de Serra Talhada (CDL), a Ordem de Advogados do Brasil (OAB) e de alguns professores da unidade, estes só preocupados pelos seus interesses corporativos. Assim, a gravidade do momento impeliu os estudantes a paralisarem as atividades durante toda a quinta-feira.

O rechaço aos ataques do governo Temer continuou, na cidade, na sexta-feira (14), quando secundaristas e estudantes da UAST se uniram em mais uma passeata pelas ruas da cidade, mobilizando mais estudantes e agitando o a sociedade para a construção de uma luta autônoma de trabalhadores e jovens contra a reforma educacional, os ataques à áreas sociais e demais propostas maliciosas, que ocultam a defesa de interesses espúrios do empresariado nacional, vindas do governo golpista de Temer.

Nós, do Esquerda Diário, defendemos que é central se apoiar nos exemplos mais vivos da luta de classes, como é o caso do Paraná, com suas 300 ocupações de escolas. Por isso, somos solidários à luta dos estudantes no Sertão de Pernambuco.

Continuamos exigindo que as centrais sindicais CUT e CTB organizem assembleias de base para construir a greve geral, unificando a classe trabalhadora e os 12 milhões de desempregados, formando assim uma unidade com a juventude que se levanta para lutar.

Apenas assim é possível barrar os ajustes do governo golpista de Temer que estão sendo votados a toque de caixa, a serviço dos empresários, da mídia e do imperialismo.

 
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