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EUA-CUBA
Obama pensa em seu legado e relaxa restrições comerciais com Cuba
Juan Andrés Gallardo
Buenos Aires | @juanagallardo1

Por meio de um decreto executivo, Barack Obama decretou “irreversível” o processo de aproximação dos Estados Unidos com Cuba. Um anúncio simbólico a dois meses de deixar a Casa Branca.

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Os Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira novas medidas que flexibilizariam as restrições financeiras, o comércio e as viagens a Cuba, como parte de um decreto executivo firmado pelo presidente Barack Obama que declara “irreversível” o processo de aproximação com a ilha.

O decreto tem um alto conteúdo simbólico e é parte de uma tentativa de Obama para deixar encarnado um legado de “êxitos” em termos de política exterior. O degelo das negociações com Cuba se somariam ao acordo neclear com o Irã, os “acordos de paz” na Colômbia e a reaproximação latinoamericana das mãos dos governos que expressam um giro à direita como o de Macri na Argentina e o golpista Temer no Brasil. Sem se mostrar muito positivo em relação ao Oriente Médio, onde a situação tem se agravado para um plano militar, após os desastres no Iraque e no Afeganistão, e com a União Europeia, com a qual mantém episódos de uma guerra econômica; Obama vê em Cuba uma boa oportunidade para “fazer história”.

As mudanças na norma que acabam de firmar têm como objetivo avançar no coméricio o máximo que puder sem tocar nos embargos de conjunto. Trata-se de uma exigência de muitas das cúpulas empresariais que querem avançar sobre um “mercado virgem” de 11 milhões de cubanos para inundá-lo de mercadorias estadunidenses e explorar uma forte mão de obra barata e qualificada a somente alguns quilômetros de suas costas.

Desta maneira, o decreto emitido por Obama facilita exportar à Cuba alguns produtos estadunidenses adquiridos pela Internet, permite que empresas norteamericanas melhorem a infraestrutura na ilha “com propósitos humanitários” e defendem limites sobre a quantidade de rum e tabaco cubanos que os turistas dos EUA podem levar a seu país para uso pessoal, disseram em comunicado os departamentos do Tesouro e do Comércio.

Segundo funcionários da Casa Branca, as medidas diicultarão que futuros governos possam reverter a política de descongelamento com a Ilha e as normas que começaram a aliviar as restrições ao comércio e as viagens a Cuba, devido aos benefícios associados às medidas. O certo é que sem a maioria do Congresso, Obama tentou avançar na abertura comercial com a ilha, mas sem tocar o ponto central do bloqueio econômico que produziu prejuízos multimilionários à ilha durante meio século. De fato, o próprio Obama renovou no mês passado o embargo que os EUA mantém sobre Cuba durante mais um ano. O que deixa nas mãos do próximo presidente/a e o próximo Congresso a definição do que fazer com uma das medidas mais prejudiciais que existem para Cuba.

O objetivo é duplo. Por um lado, no terreno interno, Obama trata de avançar em uma série de medidas parciais, mas que de conjunto se tornam custosa para a próxima presidência e o Congresso eliminá-las, já que é bem vista pelas cúpulas empresariais e o lobby agroindustrial e alimentício. Por outro lado, pretende avançar o máximo possível na introdução de medidas de mercado na ilha, tentando desmontar pouco a pouco o que restou das conquistas da Revolução de 59, e em última instância busca a subordinação colonial de Cuba. Embora não seja certo, não se pode descartar, entre outras coisas, a resistência do povo cubano como a solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras latinoamericanas.

A dois meses de deixar a Casa Branca, Obama quer deixar um legado que resulta cada vez mais estreito aos efeitos rasteiros da crise econômica internacional, a escalada da Guerra na Síria, a crise dos refugiados, e as tensões econômicas com a Europa, entre outras, que no marco da crise de hegemonia

 
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