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DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES
Em São Paulo, 3 mil pessoas marcharam pelas mulheres no 8 de Março
Virgínia Guitzel
Travesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC

Nesse domingo, 8 de março, dia Internacional de Luta das Mulheres, 3 mil pessoas foram as ruas na Avenida Paulista, em defesa dos direitos das mulheres. Com dezenas de faixas e cartazes, homens e mulheres marchavam, mesmo sob chuva, se enfrentando com as declarações do presidente da Câmara dos Deputados Federais, Eduardo Cunha, que disse que só pautaria o direito ao aborto por cima de seu próprio cadáver. Também se escancarava o machismo estrutural da sociedade capitalista e inevitavelmente a contradição dos limites das políticas adotadas pelo governo para combater a violência contra as mulheres, mesmo tendo uma presidente mulher como Dilma Rouselff.

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A marcha organizada por diversos grupos feministas e organizações de esquerda levou o lema de “8 de Março – dia internacional das mulheres” sem denunciar claramente o governo de Dilma que começou o ano atacando os trabalhadores com as medidas provisórias e seguindo a linha do PT de acordos com os setores mais conservadores e reacionários, como Feliciano que foi base do governo em 2010. A Marcha Mundial de Mulheres (MMM), liderada por dirigentes do Partido dos Trabalhadores, esteve presente com grandes blocos defendendo o governo e suas pautas como a “Reforma política” e a “defesa da democracia”, que foram duas das propostas que perderam na reuniões de organização do 8 de Março.

Todavia, as feministas governistas não levaram a frente a proposta do tema “Pela água, por direitos, contra a violência e pela legalização do aborto” que foi proposta por todas as demais organizações. Demonstraram então, que na luta pelo direitos das mulheres não há como ser por fora, da luta pela independência política das mulheres dos governos, patrões e partidos de conciliação que buscam rifar nossos direitos à serviço da manutenção desse regime de democracia dos ricos.

Como as professoras do Paraná

Enquanto as feministas da Marcha Mundial de Mulheres diziam no carro de som que era possível ver os avanços do combate a violência contra a mulher em São Paulo com as políticas públicas, o Movimento de Mulheres em Luta (MML) denunciava que Dilma não hierarquizava esse combate a partir do ínfimo valor destinado para o combate a violência, exigiam como parte de sua campanha principal a aprovação de 1% do PIB para este fim.

Em uma faixa do grupo de mulheres Pão e Rosas se encontrava a frase “Façamos como as professoras do Paraná”, trazendo para São Paulo a força e exemplo da imensa mobilização realizada pelos professores e funcionalismo no Paraná contra os cortes e ataques de Beto Richa (PSDB). Com esse espírito que a professora Maíra, categoria O, subiu ao carro de som e relatou os ataques destinados a educação, e aos professores em todo o país, desde São Paulo com as 21 mil demissões.

Para além do 8 de Março

Outra faixa do grupo de Mulheres Pão e Rosas exigia a legalização do aborto, seguro e gratuito. Com músicas e materiais denunciavam as milhares de mortes por abortos clandestinos como Jandira, um dos casos que ganhou maior destaque no ano passado, no Rio de Janeiro. Nos pirulitos carregavam a exigência ao combate a violência às mulheres cis, travestis e mulheres transexuais e também a readmissão de uma trabalhadora Andreia Pires, assim como das metroviárias que lutaram ano passado por melhores condições de transporte e trabalho.

Virgínia Guitzel, trabalhadora da saúde pública do ABC Paulista disse “Nós do Pão e Rosas não acreditamos que a luta das mulheres, das travestis e das mulheres trans seja de apenas um dia. Viemos nesse 8 de Março não para comemorar, mas para denunciar que não basta ter uma mulher na presidência para garantir nossos direitos”. Completou: “Pelo contrário, é preciso seguir o exemplo das professoras do Paraná, as mulheres precisam se organizar de maneira independente junto com os homens trabalhadores para colocar abaixo esse sistema que se utiliza do machismo, da transfobia, de todas as opressões para garantir o lucro e a força dos patrões contra nossa classe que segue oprimida e explorada”.

Estavam presentes nesse bloco uma importante delegação de trabalhadores do Movimento Nossa Classe, com metroviários, bancários, professoras, trabalhadores da Universidade de São Paulo, operários industriais. Também estavam presentes estudantes da Universidade de São Paulo e da UFABC que constroem a Juventude ÀS RUAS. Com grande destaque para a coluna de trabalhadoras da USP que são da Secretaria de Mulheres do Sindicato dos trabalhadores da USP (SINTUSP) que votaram a participação no ato contra os ajustes de Dilma e pelo direito a creche.

Já Bárbara que é membro da Secretaria das Mulheres contou: “Nossa luta não para nunca e dentro desse sistema onde o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos é relegado as mulheres e o Estado se exime de sua responsabilidade, não criando creches, lavanderias e restaurantes públicos, deixando que o peso da dupla jornada de trabalho recaia sobre nossos ombros, nós cantamos “Creche! Creche! De qualidade já. Mulher tem o direito de trabalhar e estudar!”

 
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