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HOMENAGEM DO SENADO AOS 50 ANOS DA REDE GLOBO | Rede Globo é profundamente elogiada pelo senador Randolfe do PSOL

A homenagem do Senado seria "normal" se consideramos seus componentes, mas a participação de Randolfe Rodrigues chamou atenção

sexta-feira 7 de agosto de 2015 | 02:21

O Senado realizou nesta quarta-feira (5) homenagem aos 50 anos de fundação da Rede Globo. A “sessão solene” contou com figuras de todo o arco político de partidos, que fizeram discursos eloquentes em homenagem à Rede Globo. Entre elas, o presidente da Casa, Renan Calheiros do PMDB, o líder do DEM no Senado Ronaldo Caiado, José Serra do PSDB, Jorge Viana do PT, Marta Suplicy (sem partido por hora), além dos ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação da Presidência) e Afif Domingos (Micro e Pequenas Empresas). Também estiveram presentes empresários, artistas globais – como Malu Mader, Francisco Cuoco e Laura Cardoso – e dos executivos do Grupo Globo João Roberto Marinho e Paulo Tonet Camargo.

Nada mais normal que o Senado e esses políticos homenagearem a Rede Globo. Que o façam sem uma crítica sequer também. Afinal, para eles não importa o papel da Globo de sustentáculo da ditadura, de sempre ocultar ou combater energicamente os movimentos progressistas, de criar padrões estéticos preconceituosos, de cultivar valores conservadores, de distorcer e interpretar diariamente os fatos da realidade do ponto de vista dos poderosos, de ocultação de movimentos de massa progressistas e um longo etc.

O que não deveria ser considerado normal no campo da esquerda, foi a participação do Senador Randolfe Rodrigues do PSOL. Em seu discurso, que pode ser visto completo neste vídeo, depois de elogiar o “Caríssimo Ronaldo Caiado do DEM por ter tido a idéia dessa homenagem”, disse: “A Rede Globo é uma empresa de superlativos (...) é motivo de regozijo para todos nós brasileiros (...) quando temos um patrimônio superlativo, isso tem que ser reconhecido pelo Brasil e espalhado com motivo de orgulho (...) tem um papel que temos que reconhecer de integração nacional (...) através de um Jornal Nacional, da sua tele-dramaturgia, propagandear, ampliar espaços, torna essa rede de televisão um elemento fundamental para discutir os destinos do país. Porque como diria o bom e velho Gramsci, o papel da cultura, é o papel da superestrutura da sociedade. Hoje não tenho dúvida que o papel cumprido pela Rede Globo é indispensável na formação da cultura e na formação da opinião pública nacional. Por isso, em momentos como os de hoje, de crise que o país atravessa, de crise política, de crise moral, de crise econômica, é fundamental e indispensável o papel de uma rede de televisão que cumpra o papel fundamental de integração nacional e que estabeleça espaços de debates públicos. Além de tudo isso, a existência de uma emissora dessa natureza mostra o quanto para nós é fundamental a democracia e um dos principais valores da democracia, que é o valor da liberdade de expressão, o valor da liberdade de investigação característico do jornalismo investigativo. Este é um valor que é indissociável de qualquer regime democrático. Isto tem sido e tem que ser reconhecido por nós como um patrimônio defendido pela Rede Globo”.

O que a direção do PSOL tem a dizer sobre isso? Depois de Randolfe se juntar a Dilma em meio as jornadas de junho, de fazer aliança com o DEM no Amapá, agora exalta a Rede Globo dessa forma absurda. Não parece algo coerente para o PSOL que se propõe a ser uma alternativa independente em relação à direita e ao governo do PT.

Randolfe Rodrigues com Dilma Roussef em 1 de julho de 2013, em meio às manifestações de massa

Da esquerda para a direita: senadores Randolfe Rodrigues (PSOL), Aécio Neves (PSDB), Álvaro Dias (PSDB) e Agripino Maia (DEM)
(Foto: Agência Senado)




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