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VIOLÊNCIA POLICIAL | Jovem de 15 anos é morto em operação na Rocinha e familiares acusam o BOPE

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) realizaram nesta manhã uma operação de “patrulhamento” na comunidade da Rocinha, onde foi encontrado o corpo baleado de Guilherme, 15 anos. A corporação deu maiores explicações.

Ítalo GimenesMestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

sábado 16 de dezembro de 2017 | Edição do dia

Guilherme Silva Veríssimo, de 15, foi encontrado morto após operação do BOPE na favela da Rocinha. Segundo familiares, o adolescente teria saído de casa para jogar bola com os amigos próximo a Macega, quando foi atingido por um tiro enquanto os esperava no campinho.

O BOPE alega que houve um confronto com criminosos na Rua Um da favela, onde atingiram um “suspeito” que não resistiu aos ferimentos. Ainda segundo os policiais, o suspeito estaria com uma AK-47 e uma bermuda inscrita “Amigos do Rogério 157”, sinalizando uma referência ao traficante Rogério Avelino da Silva, preso este mês.

No entanto, a delegacia de homicídios foi acionada à Rocinha apenas para apurar a morte de um homem não identificado. No mesmo sentido, a PM disse não ter identificado o homem suspeito que balearam, ao ser questionada se era Guilherme. A perícia foi feita no local, e até agora nenhuma maior explicação foi dada.

A família de Guilherme não acreditou na versão da polícia e acusa o BOPE de terem baleado o jovem, retirado partes de sua roupa e os impedido de chegarem ao corpo logo após o tiroteio.

Não seria a primeira vez que a polícia teria assassinado uma criança nas favelas esse ano. Dentre uma série de casos talvez não noticiados, o da garota de 13 anos, Maria Eduarda, morta durante a aula de educação física no colégio onde estudava, escandalizou a todos e foi mais um exemplo do que significa a polícia e suas operações de “combate ao tráfico”.

Lembre-se: "Seu dedo apertou o gatilho: o sonho acabou". Carta do professor de Maria Eduarda

A chamada Guerra às Drogas faz vítimas nas favelas todos os dias. Enquanto policiais, políticos e empresários mafiosos lucram milhões sobre a ilegalidade das drogas e do sonho e sangue da juventude, fazem-se vítimas de jovens, em especial negros.

Esse é o papel que cumpre a polícia, massacrar a população pobre, trabalhadora e periférica, que é justamente a que mais se revolva nesse país contra a vida de miséria que os patrões e capitalistas os impõe. É necessário discutir o fim de todas as polícias frente a uma situação tão dramática, que se repete tragicamente nos jornais, dia após dia.

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