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IMPEACHMENT | Votos pelo impeachment escancaram sua cara reacionária

segunda-feira 18 de abril de 2016 | Edição do dia

As declarações de votos dos deputados na Câmara em defesa do impeachment foram um banho de reacionarismo desde à defesa da polícia militar, as Forças Armadas, defesa de coronéis que mataram e torturaram na ditadura até à defesa da família tradicional brasileira, em nome de Deus e pela “revolução de 64”.

Esta votação mostrou a verdadeira cara da direita que quer impor o golpe institucional através do impeachment, e a podridão que é o Congresso brasileiro. Os segundos disponíveis para os 367 deputados presentes declararem seus votos, foram usados pela maioria para reafirmar a moral conservadora e burguesa contra os direitos das mulheres, negros, juventude e LGBT´s.

Se na Constituição está escrito a garantia do Estado laico, hoje ficou escancarado que não passa de um papel molhado e os deputados governam em “nome de Deus”, “pela família conservadora brasileira” e contra os direitos das mulheres, dos negros, LGBT´s e indígenas. Dezenas de deputados que falaram em nome de Deus são os mesmos homofóbicos contra o kit homofobia que seria distribuído nas escolas, contra o direito à identidade de gênero, matrimônio igualitário, contra o direito ao aborto, enquanto centenas de mulheres seguem morrendo todos os anos na clandestinidade.

Muitos falaram em nome das mães, filhos e filhas e da família brasileira, mas são os que atacam os direitos de milhares de famílias trabalhadoras, como das terceirizadas que sofrem com a precarização da terceirização, que eles tanto defendem. São os que se silenciam diante do sofrimento das mães dos LGBT´s e da juventude negra que sofrem todos os dias com a violência e assassinatos de seus filhos por conta do ódio de gênero incitado por esses deputados que também reivindicam uma das polícias mais assassinas do mundo.

Jair Bolsonaro (PSC-RJ), declarou seu voto à favor do impeachment, fazendo referência ao Coronel Brilhante Ulstra, que torturou e matou tantos militantes que lutaram contra a ditadura militar. O deputado Cabo Daciolo (PTdoB- RJ), que tanto foi disputado pelo PSTU, passou pelo PSOL e hoje está num partido burguês, defendeu em nome das forças armadas, e teve a coragem de dizer que os policiais estão morrendo, além de profetizar a Deus. Ele só esqueceu de lembrar que todos os dias a polícia militar matas os jovens negros nas periferias e favelas.

O Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) defendeu o “sim” “pelos militares de 64, hoje e sempre, pelas polícias, em nome de Deus e da família brasileira”.
Um episódio homofóbico foi a recepção dos deputados na hora que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi votar, chamando-o de "veado", "queima-rosca", "boiola”. Também tiveram comentários machistas para uma das deputadas, que também votou à favor do impeachment, ao som de “linda”, “linda”!

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) fez referência aos “meninos do MBL”, “Vem pra Rua” e ainda disse que o direitoso da Revista Veja, Olavo de Carvalho, tinha razão. Outra declaração sem noção foi a do deputado Takayama (PSC-PR) ao dizer que o PT “iria transformar o Brasil numa ditadura de esquerda” e ainda reivindicou Sergio Moro, o jurista com negócios com o imperialismo.

Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, antigo aliado do PT, pediu que Deus tivesse misericórdia pela Nação brasileira e votou pelo sim, é o inimigo dos direitos das mulheres contra a legalização do aborto, é um dos principais políticos corruptos.

Esses deputados que defendem os interesses dos empresários, do imperialismo e ruralistas em detrimento da exploração da classe trabalhadora e assassinatos de trabalhadores do campo e indígenas, estão decidindo os rumos do com seus discursos homofóbicos, racistas e machistas e vão avançar ainda mais em ataques contra os direitos das mulheres, negros e LGBT´s e da classe trabalhadora.

Os deputados da direita ainda falaram em nome da juventude, que só pode se resumir à juventude coxinha de Kim Kataguiri, pois em nada representam a juventude que se levanta em defesa da educação pública e que luta contra todas as formas de opressão, como as minas que estiveram na linha de frente contra a reorganização do governo Alckmin ocupando as escolas junto com os secundaristas de SP, a juventude que ocupa as escolas do RJ, a juventude que não tolera machismo, racismo e homofobia.

Não podemos esquecer que o PT todos os 14 anos de governo sempre esteve em aliança com esses setores, abrindo espaço para o avanço desta direita e negando os direitos democráticos das mulheres, dos negros e LGBT´s. Nunca foi combatida pelo PT, e os votos e discursos reacionários vieram de ex-aliados do PT como o PSC do Feliciano, que chegou a ser presidente da Comissão de Direitos Humanos (!) com apoio do PT, o PP do Maluf e o PSD do Kassab. Além de ficar provado que não seria na compra de votos da direita que derrotaria este impeachment reacionário.

É fundamental que neste momento a revolta e asco contra esse reacionarismo da direita do impeachment se reverta na luta por um imediato plano de lutas a partir dos locais de trabalho e de estudo para lutar contra avanço da direita reacionária e a seus ataques, sem nenhuma defesa do governo do PT. E exigir que a UNE, a CTB e a CUT, Marcha Mundial de Mulheres rompam sua subordinação ao governo e coloquem toda a força dos trabalhadores, da juventude, do movimento de mulheres nesta luta.




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