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Racismo | Violência policial: maioria de mortos em diversos estados são negros

Segundo dados da pesquisa ‘Pele Alvo: A bala não erra o negro’ publicada nesta quinta-feira demonstra com dados alarmante que a juventude negra é a maioria de mortos. Sendo 87,3% de negros entres 3171 de mortos que tiveram sua cor/raça declarada. Uma pessoa negra foi morta pela polícia a cada 4 horas em oito estados do país no ano passado.

quinta-feira 16 de novembro de 2023 | Edição do dia

Um levantamento da Rede de Observatórios da Segurança, o qual monitorou mortes pela intervenção policial policial em 8 estados, fornecendo dados alarmantes sobre a proporção de negros mortos. Um dado que devemos destacar é que a proporção de pessoas negras mortas no estado da Bahia, sendo este governado por Jerônimo Rodrigues (PT) chegou a superar o Rio de Janeiro do reacionário Cláudio Castro, na Bahia a cada 10 pessoas mortas pela polícia 9 são negras. Estado esse que é governado pelo PT há mandatos e mandatos consecutivos e que tem neste ano suas mãos sujas de sangue de pelo menos 10 mortos pela chacina promovida no interior do estado.

A subnotificação da informação racial dos mortos por intervenção policial chamou a atenção dos pesquisadores. Das 4.219 ocorrências vistas por eles, 1 em cada 4 não tinha a informação sobre cor.

A maioria dos mortos, 74,21% deles, tinha idade entre 18 e 29 anos. Apenas a cidade de Salvador teve a morte de 438 pessoas nestas condições, sendo 394 negras.

O discurso por parte do Governo Federal com o Programa Nacional para Combater à Letalidade é que medidas como a implementação de câmeras corporais poderiam reduzir a violência e o assassinato. É preciso dizer que, para além dos assassinatos poderem continuar acontecendo mesmo com as câmeras, a realidade é que governadores como Cláudio Castro (RJ - PL) e Tarcísio de Freitas (SP - Republicanos) atuam para proteger e dar respaldo para as operações policiais, tais governos atuam não só com conivência com a violência policial mas também impulsionando chacinas, como é o caso da chacina promovida no Rio de Janeiro a mando de Cláudio Castro que matou ao menos 10 crianças apenas este ano.

Por trás de tal demagogia o que vemos é uma cooperação entre o governo federal, a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) e os governadores de extrema direita, destacando RJ e SP, para promoverem ações de violência contra a juventude negra. Isso se vê pela aprovação pelo Senado na semana anterior da PL 3.045/2022 com o apoio da bancada da extrema direita e do PT, a qual ainda teve como relator o senador, líder da bancada do PT e delegado da polícia civil, Fabiano Contarato. Essa PL para além de resguardar os policiais militares de punição, ainda aprofunda a violência racistas e fortalece as forças armadas.

Para além disso, poucos meses atrás o governo Lula articulou com Castro e com o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) para promover uma intervenção federal nas favelas do Complexo da Maré no Rio de Janeiro. A união de Lula com Dino também se verifica com a concretização da GLO (Garantia da Lei e da Ordem), na qual as forças armadas passam a atuar nos portos e Aeroportos de RJ e SP. Assim, aqui podemos ver um movimento de articulação entre o governo federal, governos estaduais de extrema-direita (SP e RJ) e do PT da Bahia para fortalecer as medidas de repressão e violência à juventude negra, Sendo que tais estados, SP, RJ e BA, foram os estados que promoveram as recentes chacinas, sendo inclusive alarmante que no estado governado pelo PT vimos a mãe de Bernadette ser assassinada com 22 tiros. Ou seja, aqui fica claro como a frente ampla fortalece a extrema direita e quem mais paga esse preço, com a própria vida, é a juventude negra.

Para além disso, é preciso pontuarmos que há mais elementos que demonstram tal conivência a política do PT para com a violência policial. Isso porque, o partido fomenta o discurso de guerra às drogas, o qual é um pretexto para operações policiais nas favelas que geram mortes aos montes da juventude negra. Utilizando-se desse discurso o governo federal em articulação com o governador Eduardo Leite (RS) concretizam o financiamento do BNDES do projeto iniciado no governo Bolsonaro de privatizar presídios que irão gerar duas finalidades: o encarceramento em massa e o lucro de milhares de reais aos investidores.

Essa pesquisa nos fornece dados que confirmam a morte massiva da juventude negra no país e a provação dessa PL que abre ainda mais espaço para mortes e violência, isso tudo dias antes do 20N, dia da consciência negra, o qual é historicamente um dia demonstração de força da luta antirracista. Não podemos deixar de falar que esses acontecimentos também estão inseridos a um momento em que vemos um massacre acontecendo na Palestina com mais de 10 mil mortos.

O governo brasileiro, apenas agora, depois de mais de um mês de massacre israelense, se dispôs a algo tão elementar quanto criticar nominalmente Israel, dizendo que “o comportamento de Israel é igual ao terrorismo”, mas ao mesmo tempo mantém diversas relações com a burguesia sionista se recusando a romper relações diplomáticas, militares, econômicas com esse Estado assassino, mantém inclusive todos os acordos firmados por Bolsonaro com Israel em 2019.

Além disso, Lula também é responsável pela votação a favor da nova intervenção da ONU no Haiti e se colocando para cooperar com o treinamento de policiais haitianos. Isso ainda, depois de o PT ter protagonizado a operação MINUSTAH que aprofundou a opressão no Haiti e fortaleceu militares que foram base para o bolsonarismo, como o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas. Ou seja, se não bastasse o não rompimento das relações com Israel que é parte de promover as mortes de 125 crianças ao dia na Palestina, o governo federal é parte de cooperar para apontar as armas (vindas de Israel) para a juventude negra em diversos estados do país e no Haiti.

Em meio ao rio de sangue que vemos de crianças palestinas, a classe trabalhadora a nível internacional em solidariedade aos mortos desse conflito mostra o caminho para enfrentarmos o racismo e a colonização com manifestações massivas chegando a milhares na Europa.

No Brasil também encaramos, diversos ataques que estamos submetidos tanto a nível federal, como o Arcabouço Fiscal que abre espaço para mais terceirização e privatização, o que coloca a piora dos serviços e também mais trabalho precário, tudo para às custas da vida dos trabalhadores, ainda mais trabalhadores negros, inflar os bolsos dos capitalistas.

Frente a isso e nos inspirando no exemplo das manifestações internacionais e na demonstração de força que tivemos dos metroviários de SP que paralisaram contra a privatização, e assim farão novamente no próximo dia 28, esse 20 de Novembro poderia ser uma oportunidade para fortalecer nossa mobilização que demonstre a força da juventude negra contra a violência policial e cada ataque que quer precarizar até o último vida da juventude trabalhadora oprimida e que se coloque em solidariedade à palestina, exigindo o rompimento das relações Brasil-Israel. É preciso levantarmos uma perspectiva marxista e internacionalista da classe trabalhadora com a bandeira por uma Palestina livre, operária e socialista, repudiando a exploração e opressão no Haiti, junto com nos levantarmos contra toda violência policial que chacina a juventude negra no Brasil.




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