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Venezuelanos tem barracas queimadas por grupos xenófobos, respaldados por Temer

No último sábado (18), imigrantes venezuelanos que se encontravam em Pacaraima (estado de Roraima) tiveram suas barracas e pertences queimados por grupos xenófobos. As classes dominantes e os governos do Brasil e da Venezuela, que descarregam a crise no povo, são responsáveis.

segunda-feira 27 de agosto de 2018 | Edição do dia

No último sábado (18), imigrantes venezuelanos que se encontravam em Pacaraima (estado de Roraima) tiveram suas barracas e pertences queimados por grupos xenófobos. Isso ocorreu devido à suposição de que teriam sido os venezuelanos que estavam por trás de um assalto que ocorreu na região a um comerciante brasileiro. As classes dominantes e os governos do Brasil e da Venezuela, que descarregam a crise no povo, são responsáveis.

Em alguns minutos, a venezuelana Alix Castillo, de 33 anos, viu seus pertences queimando. Ela foi uma das vítimas do ataque que fez com que 1.200 imigrantes retornassem ao seu país de origem. Alix é engenheira de petróleo, natural da cidade de Maturín, e está no Brasil há um mês e meio. Sua barraca foi uma das que foram queimadas, e ela perdeu roupas e remédios, ficando apenas com o pouco que sobrou. Junto a seu marido Edgar Castillo, optou por passar dois dias do lado venezuelano da fronteira, onde foi completamente desencorajada de voltar.

Os funcionários da Guarda Nacional do governo de Nicolás Maduro, que apesar de tentar aparecer como preocupado com a situação dos imigrantes é responsável pela miséria instaurada que provocou essa onda migratória, tentaram convencer Alix de ficar na Venezuela, dizendo que os brasileiros não os queriam no país. Ela e seu marido, no entanto, não se convenceram e afirmaram que está impossível se adaptar ao estilo de sobrevivência que se instaurou no seu país e que seguirão em frente. Depois que retornaram para Roraima, conseguiram vagas em um abrigo em Boa Vista.

Essa onda migratória que é a maior da Venezuela e uma das maiores da América Latina conta com 127 mil venezuelanos que atravessaram a fronteira em Roraima, segundo dados oficiais. Mais da metade decidiu não permanecer no país, mas a outra parte está no Brasil. Os venezuelanos estão tentando fugir de uma crise brutal, chegando no país vizinho procurando desesperadamente algum emprego para sobreviver.

Durante o ataque aos imigrantes no último sábado, o exército brasileiro que está na fronteira há meses em uma “missão humanitária” se absteve de intervir. Autoridades locais também tiveram a mesma postura, como foi a da empresária Suely Campos, governadora de Roraima pelo PP (Partido Progressista), mesmo partido da candidata à vice-presidente de Alckmin. Além disso, ela quis proibir que imigrantes sem passaporte pudessem ser atendidos nos hospitais, mas a justiça em primeira instância negou.

A direita e o governo golpista de Temer, além de enviar a Força Nacional que já mostrou que não está lá para garantir a segurança das imigrantes vítimas dos ataques, tentam se aproveitar da situação para difundir a mentira de que são os venezuelanos os culpados pela miséria e o desemprego no Brasil, tentando mascarar os capitalistas, que são os verdadeiros responsáveis. Ao contrário do que eles querem, os trabalhadores e o povo brasileiro devem defender os mais amplos e irrestritos direitos sociais e políticos aos imigrantes da Venezuela, rechaçando o fechamento das fronteiras, exigindo que os venezuelanos tenham liberdade para transitar e se instalar em qualquer cidade do país, e garantidos seus direitos básicos à saúde, educação e transporte de maneira gratuita.




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