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BANCÁRIOS | Velhas burocracias ainda correm soltas: balanço do Congresso dos funcionários da CAIXA

Com meses de antecedência, os discursos da CUT e CTB e, em certa medida da Intersindical, já anunciam os desmontes de qualquer possibilidade de uma campanha salarial que se enfrente concretamente contra o arrocho e contra a perspectiva das privatizações, terceirizações, demissões, arrocho salarial, etc.

quarta-feira 29 de junho de 2016 | Edição do dia

Nos Congressos dos Funcionários da CAIXA e do Banco do Brasil, que aconteceram nos dias 16 a 19 de junho, pudemos acompanhar mais uma velha demonstração do nível de controle e burocratismo das centrais sindicais CUT e CTB , que hoje dirigem alguns dos principais sindicatos de bancários do país, e da Intersindical que, não fica muito longe . As perspectivas para a campanha salarial são duras.

Com meses de antecedência, os discursos da CUT e CTB e, em certa medida da Intersindical, já anunciam os desmontes de qualquer possibilidade de uma campanha salarial que se enfrente concretamente contra o arrocho e contra a perspectiva das privatizações, terceirizações, demissões, arrocho salarial, etc, e arrancar conquistas verdadeiras. O que só poderia ser feito com uma greve forte, baseada na mobilização real de milhares de bancários. O rotineirismo e o descolamento da realidade dos bancários seguem pautando as “saídas” da burocracia sindical, traindo já de antemão quando alimentam o discurso de “esse ano será muito difícil de conseguir demandas como aumento real”.

Num ano como este, em que se mostra fundamental buscar mudanças profundas na percepção que os trabalhadores podem ter de si e da centralidade de seu papel em dar uma saída de fundo para a crise econômica e política que está colocada no país, as principais centrais sindicais apontam no sentido contrário. A CUT e a CTB principalmente, reforçam sua atuação traidora e cúmplice do golpe que a direita está impondo, que tem como principal alvo os trabalhadores para os fazerem pagar com mais intensidade e velocidade do que já estavam pagando com o governo do PT: os custos de uma crise que não foi criada por nós, trabalhadores.

Pequenas fissuras na unidade CUT e CTB?

Os Congressos deixaram escapar alguns indícios de fissuras na unidade de CUT e CTB que se mostraram um pouco mais este ano. Fissuras que, no entanto, não representam um passo sequer no sentido de organizar os trabalhadores para a luta contra os ataques, se restringindo apenas às disputas por aparatos e pequenas diferenças na condução palaciana das negociatas para barrar o golpe, carregado ora mais ora menos com tintas mais “democráticas”.

No primeiro dia, que se debruçou sobre a conjuntura política e econômica nacional através do 1º Seminário Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, cansamos de ouvir que para barrar o golpe a saída deve ser institucional, quer dizer, mais uma “saída” onde os trabalhadores não tem papel nenhum. Onde o radicalismo defendido não é o de ir à raiz, na luta de classes, mas apenas aquele que quer mudar radicalmente a composição do podre e carcomido parlamento.

Para a representante dos funcionários da CAIXA no Conselho Administrativo do banco, Maria Rita Serrano (Articulação/CUT) por exemplo, “luta de classes só existe na revolução”. Uma sutil expressão de que o terreno da luta de classes não é, para o PT, campo de batalha contra o golpe e contra os ataques aos trabalhadores. Os palácios, as cúpulas e as negociatas são os lugares que o PT ocupa e quer seguir ocupando, seja pelo Volta Dilma, ou pelo desgaste do governo golpista de Temer para buscar se cacifar nas próximas eleições.

A CTB marcou sua posição através de vernizes mais “democráticos”, defendendo uma posição de plebiscito, para consultar a população sobre que saída dar, se eleições presidenciais, se eleições gerais, ou o que for. Mas mais uma vez, o papel da classe trabalhadora mais uma vez fica restrito a um voto, uma consulta, como espectadora e não protagonista. Não tem organização dos trabalhadores com seus instrumentos e métodos históricos, mas segue tendo acordão e negociata com o imobilismo das centrais sindicais na mesa da negociata.

Seja para PT ou PcdoB, CUT ou CTB, só o acordão salva.

Greve Geral? O papel aceita tudo mas a realidade não aponta nada.

O Congresso dos Funcionários da Caixa saiu com a resolução “Para isso, os delegados e as delegadas decidiram juntar esforços ao movimento social e sindical na construção de uma Greve Geral que mobilize a sociedade, envolvendo as centrais sindicais e os movimentos populares organizados. O propósito é o de reafirmar o “Fora Temer” e combater a política econômica neoliberal desse governo interino e ilegítimo que está golpeando violentamente direitos trabalhistas, civis e sociais.” (extraída do site da CONTRAF/CUT)

Essas palavras que não carregam um mínimo de seriedade, e não passam de jogo de cena para encobrir a verdadeira estratégia PTista que é a negociação com os partidos da ordem para buscar reestabelecer um equilíbrio político ao mesmo tempo que salva sua imagem como o partido.

Ao mesmo tempo em que há uma forte enxurrada midiática para tentar convencer os trabalhadores dos "necessários ajustes", (que significa ataque as condições de vida daqueles que trabalham) a burocracia cumpre o papel que lhe foi "reservado", trair os trabalhadores e se mostrar uma oposição dócil e inofensiva. Nossas mobilizações, para a burocracia são moeda de troca nas negociatas corruptas.

Fazemos um chamado a que os bancários se preparem desde já para essa campanha salarial, fazendo reuniões nos locais de trabalho, discutindo a pauta de reivindicações, e sobretudo se auto organizando em cada unidade para resistir aos ataques que tentarão nos fazer engolir com o aval da burocracia, e construirmos uma forte greve por nossos direitos.




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