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JULGAMENTO DE LULA | Veja como os jornais internacionais estão encarando o julgamento de Lula

Hoje é julgado o habeas corpus do ex-presidente Lula. Veja como os jornais internacionais estão levantando este debate.

quarta-feira 4 de abril de 2018 | Edição do dia

O julgamento de Lula tem levantado debates por todos os lugares, inclusive de expressão internacional. Jornais de diversos países abordaram o julgamento de Lula, que é uma condenação completamente arbitrária, realizada por um judiciário sujo, que manipula a constituição de acordo com suas necessidades políticas para continuar atacando a classe trabalhadora de todas as formas que puder.

O New York Times relacionou o julgamento de Lula com os discursos oriundos dos ex-militares, que em um momento de profunda crise política e de fortes ataques contra a classe trabalhadora encabeçada pelos golpistas, pelo judiciário e pela burguesia, abrem espaço para que os filhotes da ditadura militar possam se posicionar politicamente. Na matéria que pode ser conferida aqui (em inglês), o jornal coloca as ofensiva dos militares, que estavam omissos desde a constituição de 88, se sentem confortáveis agora para emitir opiniões "em defesa da democracia, da constituição e da paz". Além disso, também critica a falta de posicionamento de Temer, que segue com a intervenção federal no Rio.

O jornal londrino The Guardian também emitiu sua opinião e após explicar a atual situação que se encontra o ex-presidente, com respaldo em alguns juristas brasileiros, afirmou que não acredita que a prisão de Lula possa ser levada até o final, ou seja, que não vê possibilidade que ele cumpra toda a pena que foi condenado.

Já o jornal francês Le Monde, se focou em mostrar que a decisão de Lula está nas mãos da ministra Rosa Weber, que não deu pistas do seu voto. O jornal classifica Lula como um "ídolo da esquerda brasileira" e cita MBL como um movimento que está à direita em defesa da prisão do ex-presidente. "’Se o Supremo Tribunal concede habeas corpus no dia 4, milhares de assassinos, estupradores e corruptos serão libertados’, escrevem mais de 5.000 advogados e promotores assinaram um manifesto submetido à Suprema Corte", coloca o jornal, mostrando um posição que tende ao reacionarismo, às carteiradas acadêmicas de juristas que tentam confrontar o julgamento com a lei, que claramente vale muito pouco para o judiciário golpista, que avança com a Lava Jato.

O crescente autoritarismo estatal e judiciário tem em mira atacar a classe trabalhadora e suas lutas contra a exploração capitalista. A reforma trabalhista, avançou sobre os direitos dos brasileiros e abriu espaço para mais postos de trabalho precarizados, e a condenação arbitrária de Lula, que seguia forte nas pesquisas eleitorais, é no fundo, um ataque ao direito do povo escolher em quem votar.

O PT, que em seus 13 anos de governo assumiu os métodos de corrupção próprios dos capitalistas e abriu caminho ao golpe institucional da direita, não se propõe a fazer qualquer luta para defender um direito democrático elementar como "votar em quem quiser", um dos poucos que uma democracia burguesa pode oferecer, e se mantem completamente paralisado, mirando as eleições e se negando à mobilizar os trabalhadores. Tem mais medo da radicalização da luta de classes dos trabalhadores do que do avanço da direita golpista.

É preciso que os sindicatos e as centrais sindicais como a CUT e a CTB, paralisados burocraticamente, rompam sua trégua com Temer e o Judiciário e organizem já um plano de luta concreto em base a assembleias democráticas e reuniões de base, para que os trabalhadores decidam como levar adiante a luta contra os ajustes de Temer, por justiça para Marielle, e contra a prisão arbitrária de Lula para que a população possa votar em quem quiser.




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