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VAZAMENTO DE GÁS NO PORTO DE SANTOS | Vazamento de gás e incêndio se espalham por terminal portuário no Guarujá

Tassia ArcenioProfessora e assistente social

sexta-feira 15 de janeiro de 2016 | 00:00

Na tarde de ontem, 14, um vazamento de gás tomou conta do Porto de Santos, vindo de um dos contêineres da empresa Localfrio, que atua no Terminal 1, localizado na Margem Esquerda do Porto e declarou que o vazamento foi de um ácido dicloroisocianúrico (tipo de cloro usado por exemplo em desinfetantes e limpeza de piscinas, por ser oxidante ) e segundo a própria empresa, ao entrar em contato com a água da chuva, entrou em combustão, causando um incêndio de grandes proporções, atingindo os 16 contêineres da empresa.

A fumaça tóxica já durava mais de 10 horas e atingiu principalmente o distrito de Vicente de Carvalho, aonde 52 pessoas já haviam procurado unidades de saúde com náuseas, dores de cabeça, enjoos e problemas respiratórios.

No distrito, 39 pessoas foram diagnosticadas com intoxicação e 600 casas tiveram que ser evacuadas.

Com a mudança da direção do vento, a fumaça tóxica segue em direção à cidade de Santos, local em que moradores já relatam mal-estar.

Foi instalado um gabinete de Gestão da Crise, pela prefeita do Guarujá Maria Antonieta de Brito, que está atuando junto à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e médicos do Exército e da Aeronáutica que foram chamados para reforçar o atendimento nos hospitais da região. O governo federal disponibilizou, caso a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) julgue necessário, a equipe de segurança química do Ministério do Meio Ambiente para conter o vazamento e o incêndio e fumaça consequente.

Os moradores de até 100km do Terminal 1, foram orientados a procurarem abrigos ou casas de amigos e parentes, os demais moradores da região, foram orientados a não saírem de casa, assim como utilizarem panos secos nas janelas, portas e nos rostos, já que o composto químico pode causar reações diversas nas pessoas, não sabendo ainda com clareza, o grau de perigo a que todos estão submetidos.

Os trabalhadores da Localfrio, que atua com cargas frigoríficas, foram dispensados no momento da combustão, deixando seus pertences na empresa e evacuando imediatamente o local, evitando que o incêndio de grandes proporções tivesse consequências ainda piores.

Foram interditados temporariamente o pátio de contêineres, a rodovia que lhe dá acesso, e a travessia de pedestres entre o distrito Vicente de Carvalho e a Praça da República.

A empresa foi solicitada a fornecer a lista dos produtos químicos armazenados em todos os 70 contêineres, para que seja realizado um acompanhamento e sejam estudados os sintomas das pessoas afetadas e escolhido o melhor tratamento. A Localfrio disponibilizou um plano de auxílio mútuo para atendimento das vítimas.

Não estão descartados queimaduras de pele, problemas pulmonares, entre outras lesões e doenças. Os impactos ambientais ainda não foram avaliados.

É preciso desde já uma comissão independente dos trabalhadores do porto e da população da região, para que investigue as condições de segurança dos operários e dos moradores do distrito e cidades próximas, e para que toda assistência médica, financeira, entre outras, sejam prestadas nesse momento.

Os terminais portuários precisam ser pensados para garantir trabalho seguro para todos e desenvolvimento da região do entorno no sentido de atender às necessidades dos trabalhadores e da população.




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