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"Vamos batalhar contra o Dória", diz Diana Assunção

domingo 2 de outubro de 2016 | Edição do dia

Somos milhares de vozes anticapitalistas em São Paulo, onde minha candidatura recebeu mais de 3500 votos. Um resultado entusiasmante, apesar da enorme censura eleitoral contra a esquerda, que nos impediu de fazer propaganda e difundir nossas propostas anticapitalistas. Isso, entretanto, não nos faz ignorar que a direita se fortaleceu na superestrutura no país. Particularmente em São Paulo, o candidato tucano João Dória foi eleito no primeiro turno (algo que nunca aconteceu nas eleições da capital paulista).

O empresário milionário Dória sustentou um discurso sedutor de que “é um gestor, não um político”, para se preservar da enorme crise de representatividade dos políticos. Com isso, conseguiu uma grande margem de votos, tanto da direita tradicional quanto de setores que aceitaram o discurso ilusório do “administrador afastado da política”. Dória, ao contrário do que diz, é parte integral da “velha política” dos patrões e da burguesia. É um político do PSDB, e seu exemplo de governo é de Geraldo Alckmin, governador repressor e que quer fechar escolas no estado.

Dória está envolvido nos escândalos de sonegação de impostos com empresas fantasmas em paraísos fiscais, dinheiro que utilizou para comprar mansões em Miami sem declaração na Justiça. Recebeu R$20 mil de empreiteiras investigadas na Lava Jato, e acumulou mais de R$10,6 milhões recebidos de dinheiro público, do governo de SP e de estatais como a Caixa Econômica e os Correios. Anunciou “tolerância zero” com os movimentos de reivindicação de moradias, quando ele mesmo se apropriou ilegalmente de terreno público em Campos do Jordão.

Prometeu aumentar a repressão e é base do golpe institucional da direita. É um político reacionário de marca maior. Nossa luta nestas eleições foi por construir uma posição dos trabalhadores que seja independente de seus patrões, como o Dória.

Essa direta foi parte do golpe orquestrado no governo federal, e visa apenas fazer os trabalhadores pagarem por sua crise econômica, e para isso, buscam retirar nossos direitos mais básicos e precarizar ainda mais as nossas vidas, frente à inflação e ao desemprego cada vez maior. Para barrarmos esses ataques, e enfrentarmos o governo de Dória, temos que nos fortalecer nas milhares de vozes anticapitalistas expressas nessas eleições, e organizar a resistência contra os ataques de Dória e do PSDB, aliado estreito de Alckmin, que odeia os trabalhadores, as mulheres, os negros e a juventude. Queremos colocar este importante resultado eleitoral a serviço desta luta concreta nas ruas, nos locais de trabalho e de estudo.




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