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ESPORTES | Vai ter manifestação política no esporte, sim! Não vamos nos calar, Tiago Leifert!

“Um evento como um jogo de futebol serve a manifestações políticas? Eu acho que não”. Assim Tiago Leifert começa uma publicação em sua coluna na revista QG no último dia 26.

quinta-feira 1º de março de 2018 | Edição do dia

Gesto histórico de atletas americanos nas Olimpíadas de 1968/Imagem: mothership.sg

Segundo ele, “a câmera e o microfone só estão apontados para aquele jogador por causa da camisa que ele está vestindo e de sua performance esportiva”. Atualmente, assim como reflete a declaração de Tiago os atletas e os esportes se tornaram mercadoria. A espetacularização principalmente do futebol através da mídia é uma grande sacada dos Capitalistas, não é a toa que ao assistir uma partida de futebol percebemos vários anúncios em volta do campo. Quando seu time de coração faz um gol, no auge da emoção você olha pra TV e vê estrategicamente a marca de algum um produto. Muito dinheiro gira e enche os cofres das empresas em jogadas de Marketing, publicidade e propaganda. Além disso, jogadores cumprem exigências de seus contratos, que por sua vez cumprem exigências do mercado e este visa o lucro a qualquer custo.

Outra declaração...”E acho também que temos de respeitar os espaços destinados à diversão, senão nosso mundo vai ficar ainda mais maluco.”
Diversão para quem? Se há vinte anos atrás as massas lotavam os Estádios, atualmente as luxuosas Arenas, os ingressos cada vez mais caros e a vida mais precária exclui o acesso da maioria da população.

A vivência do esporte é direito de cada indivíduo, que o governo aliado às empresas nos tiram, quando elitizam os estádios. Outra via de acesso são as escolas, que o governo nos tira com seus ataques à educação e desvalorização dos professores.
Escolinhas de esportes são caras, e a maioria não pode pagar, ou não tem tempo de levar, porque as reformas trabalhistas e os ataques aos trabalhadores deixam a vida cada vez mais precária, fazendo com que trabalhem mais por menores salários. Em uma sociedade capitalista os lucros se tornam prioridade para o governo, e para isso, retira da população seus direitos elementares.

O apresentador ainda cita o exemplo do jogador da NFL, a liga de futebol americano Colin Kaepernick, que se ajoelhou ao tocar o Hino Americano em protesto aos abusos de policiais contra a população negra nos EUA. E como a insatisfação do reacionário Trump e torcedores conservadores que consideraram desrespeito ao hino, deixaram Colin desempregado. Para Tiago, um homem branco e rico, talvez fosse mais apropriado que baixássemos as nossas cabeças e aceitássemos toda opressão para não correr o risco de perder nossos empregos? Conveniente, não?

“Será que o evento esportivo é um local apropriado para manifestações políticas?”
Levando em conta de que somos seres políticos, respiramos e vivemos politicamente e respondendo a pergunta inicial do apresentador, o esporte reflete fortemente a cultura em que vivemos, vários casos de abusos sexuais, violências e preconceitos, bem como corrupção em Federações e Dirigências. Assim como casos de doping, onde os atletas se submetem para ter um melhor desempenho, reconhecimento, fama e consequentemente uma ascensão financeira( é esse o ideal de atleta divulgado pela mídia), um evento esportivo não só é apropriado para manifestações políticas, como muitas vezes é palco das mazelas desse sistema injusto e opressor.




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