Das universidades publicas tem surgido diversas pesquisas e iniciativas que buscam facilitar a obtenção de recursos e insumos necessários para a realização de testes para identificar o novo coronavirus. Tão atacadas e desprezadas pelo governo Bolsonaro e pelo obscurantismo de seu ministro da educação Weintraub, são justamente essas universidades que dão uma demonstração da capacidade que o ensino público pode ter no combate à pandemia e o papel da ciência como ferramenta que pode suprir as necessidades da população.
sexta-feira 10 de abril de 2020 | Edição do dia
Diante da dificuldade para realização de testes para diagnosticar o novo coronavirus uma iniciativa coordenada pelo Instituto Butantan criou uma plataforma com cerca de 20 laboratórios, em sua grande maioria públicos e ligados a instituições de ensino e pesquisa no Estado de São Paulo, como forma de viabilizar e facilitar a compra dos insumos necessários para a realização destes testes.
A plataforma foi oficializada na quinta-feira passada (02/4), com seis laboratórios já credenciados para a realização dos testes de COVID-19 pelo Instituto Adolfo Lutz, além do próprio instituto. São eles o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP); o Hospital das Clínicas e a Fundação Hemocentro, ambos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP); o Laboratório de Patologia Clínica do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (LPC-HC-Unicamp) e o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (HC-FMB-Unesp).
Além disso, a Unicamp tem buscado através de pesquisa recente validar diferentes reagentes usados nos testes como forma de poder driblar a falta de insumos fornecidos por outros países, e poder utilizar produtos fabricados no Brasil.
As universidades publicas mostram a capacidade que as pesquisas cientificas podem ter neste momento crítico de combate a pandemia que tem causado a morte de milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Enquanto isso, Bolsonaro foi o responsável pelo corte de milhares de bolsas de pesquisa demonstrando seu total desprezo pela ciência que pode salvar nossas vidas.
Não podemos deixar de lembrar que estas mesmas universidades têm sido historicamente alvo dos capitalistas que se aproveitam de toda estrutura pública, de seus laboratórios, seus materiais, os pesquisadores, professores, etc., para patentear pesquisas em função do lucro.
Por isso é preciso lutar por uma ciência que seja do povo, com a estatização de todas as patentes para uso do estado, financiamento irrestrito às pesquisas e à produção pelo estado de todos os medicamentos para combater o coronavírus. Lutemos por uma universidade publica onde trabalhadores e estudantes, junto aos professores e pesquisadores, possam colocar todo o seu conhecimento a serviço das necessidades da população.
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