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COTAS PARA TRANS | Universidade do Ceará será uma das primeiras a aderir cotas para pessoas trans

A UFCA (Universidade Federal do Cariri) localizada no Ceará, será uma das primeiras universidades brasileiras à aderir cotas na pós graduação para pessoas transexuais e transgêneros.

Mariana DuarteEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

quinta-feira 4 de janeiro de 2018 | Edição do dia

A medida, que será oficialmente confirmada após aprovação do Conselho Superior Pro Tempore da UFCA (Consup) por volta de março de 2018, aponta para um grande avanço nos direitos da comunidade trans, cuja imensa maioria é destinada à completa marginalização social, à prostituição e à péssimas condições de vida sem auxílio algum dos governos.

Segundo Juscelino Pereira Silva, pró reitor de pesquisa da universidade, a medida se deu graças à um movimento de exigência por parte da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que aponta no sentido da implementação de políticas institucionais de ações afirmativas nos cursos de pós graduação por todo o país.

O pró reitor ainda ressaltou que as cotas para os alunos de graduação e pós graduação, também serão oferecidas para negros, pardos, indígenas, e pessoas com deficiência, além de destacar que as novas medidas serão facilmente aprovadas pelo Consup, tendo em vista o acúmulo de debates sobre o tema que ocorreram nos últimos meses na universidade.

As universidades federais de Goiás e Minas Gerais já haviam adotado tal medida, e de acordo com Juscelino, a UFCA seguiu o exemplo da política que já havia sido aplicada, como forma de “alinhamento com a política afirmativa nacional”.
Alguns programas de doutorado e mestrado da universidade, já haviam adotado à política por fora da via instuticional, segundo afirma a coordenadora dos programas de pós graduação Rosilene Moreira, mostrando a importância da adesão à medida.

A urgência em relação ao tema se intensifica cada vez mais. Apesar do aumento do número de trans nas universidades, (no ano de 2016, o número de solicitações de uso no nome social no ENEM subiram de 102 a 278 em relação ao ano anterior) o ingresso nas universidades brasileiras pela comunidade é ainda ínfimo e a grande maioria faz parte das estatísticas de assassinato , possuindo como estimativa média de vida, os míseros 35 anos, estes marcados pela violência e prostituição.

É preciso que cada vez mais universidades incorporem o programa, tanto na graduação, quanto na pós graduação, avançando para a verdadeira solução de fundo que passa pelo término do filtro social que é o vestibular. Basta desse filtro que impede que milhões de mulheres, negros, indígenas, trans e a comunidade LGBT como um todo tenham acesso ao conhecimento e à um ensino público de qualidade.




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