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OCUPAÇÃO NO RS | Unificar as ocupações do RS numa grande luta pela educação

O estado do Rio Grande do Sul começou a semana com os trabalhadores em educação em greve e com uma onda de ocupações das escolas se multiplicando. Já passam de 20 escolas ocupadas e se preparam mais ocupações estudantis.

segunda-feira 16 de maio de 2016 | Edição do dia

No momento em que a precarização da educação mais se faz sentir, a resposta da juventude com as ocupações das escolas segue a tendência das mais de 200 escolas ocupadas em SP ano passado que, com uma grande delegação de estudantes organizadas no Comando das Escolas Ocupadas, fizeram o Governador Alckmin recuar do seu projeto de fechar 96 escolas.

Se no Rio Grande do Sul ainda não se fala em fechamento, já sabemos que a precarização da educação continuada e aprofundada por Sartori significa abrir as portas para as empresas tomarem as escolas em detrimento dos estudantes, que sofrem sem condições de ensino e com seus professores com salários atrasados e parcelados, para criar as condições desta medida privatizante.

A luta dos estudantes secundaristas, que começa a dar nova vida às escolas, com atividades culturais e debates variados, aponta que a necessidade da juventude está além e contraposta ao Projeto de Lei 44/16, que visa ceder as gestões escolares às “organizações sociais” no sentido da privatização do ensino, da terceirização e de maior controle do ensino visando a despolitização de matérias fundamentais do ensino escolar como história e sociologia.

A Secretaria da Educação negociou o fim da ocupação na semana passada com os estudantes da primeira escola ocupada, Emílio Massot, que ocorreu no sábado (14) em troca de atender às pautas internas, como as verbas atrasadas da escola. A SEC segue o movimento realizado em SP e no RJ: prometem atender urgências estruturais de algumas escolas, tentando dividir o movimento dos estudantes, como se mesmo as questões mais básicas, como se a merenda e o salário dos professores não fossem generalizadas. É a velha tática de dividir para conquistar, e assim visam garantir a continuidade dos projetos de privatização sem as escolas ocupadas.

Se as ocupações, como uma resistência radical dos estudantes, já atormentam os governos do PMDB e PSDB, que marcharam pelo golpe institucional de Dilma, irão agora fazer de tudo para acabar com qualquer forma de luta social para aplicar um projeto nacional de ataques à juventude e à classe trabalhadora.

Os estudantes do Rio Grande do Sul precisam seguir o exemplo dos secundarias de São Paulo que se unificaram na luta das ocupações. Como unificar as pautas dispersas de cada escola em uma luta só? O comando das escolas ocupadas pode ser uma saída organizativa para essa questão. A partir das assembleias que já ocorrem nas escolas ocupadas, é necessário que os estudantes elejam seus representantes em cada local para erguer seu próprio comando unificado. Isso não só dá base para a unificação das pautas, como coloca na linha de frente da política os próprios estudantes, impedindo que cúpulas burocráticas ou acordos entre correntes definam o rumo da mobilização. Barrar a privatização, em apoio à greve dos trabalhadores, por uma educação pública, gratuita e de qualidade!




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