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SUPERSALÁRIOS UNICAMP | Unicamp terá que cortar salários acima do teto

Depois de diversas denunciais públicas e judiciais aos “super salários”, decisão foi tomado pelo Tribunal da Justiça nesta segunda feira (03/08). Segundo a Constituição o teto salarial de servidores públicos é de R$21,6 mil brutos, o mesmo que ganha o governador do Estado. Em junho a Unicamp divulgou lista em que mais de 800 de professores e funcionários de altos cargos ganhariam super-salários.

quarta-feira 5 de agosto de 2015 | 02:23

Foto: Veja Abril

Em 2013 a instituição passou a limitar os salários de acordo com o teto, mas frente a uma liminar da Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp), que derrubou a lei em setembro do mesmo ano, voltou a pagar os super-salários.

Os super-salários da UNICAMP mostram que a universidade caminha longe dos interesses da população e dos trabalhadores

Desde a crise financeira declarada das estaduais paulistas no ano passado, a grande mídia e os setores privatistas vem estabelecendo uma campanha pela “eficiência” nos gastos das universidades, o que passa também pela perseguição dos salários escandalosos que uma parcela significativa dos funcionários recebe. Em nenhum momento é questionado a condição das funcionárias terceirizadas nessas universidades, a condição de trabalho dos concursados “de baixo” (como denunciado na USP) e não se discute o caráter das pesquisas realizadas ali e da própria formação universitária.

Cerca de 1.000 salários pagos pela UNICAMP estão acima do teto do governador (R$ 21 600,00), dos mais de 14 mil salários presentes na folha de pagamento. Isso representa cerca de 5% dos funcionários, professores e aposentados que tem pelo menos um salário acima desse teto. Os dados divulgados pela universidade escondem que alguns servidores, como o próprio reitor e os pró-reitores, tem dois salários pagos pela universidade, um relativo a sua função como professor e outro relativo as suas funções administrativas dentro da UNICAMP.

Os salários “especiais” de uma pequena parte dos professores os coloca em níveis salariais semelhantes a diretores de empresas ou bancos, não a toa seus objetivos dentro da universidade sempre foram relacionados a conexão entre esse centro de pesquisa e as empresas que se beneficiam do conhecimento ali produzidos. E dentro dessa alta classe passam longe os problemas que afligem a maioria da população e que deveriam ser pensados na universidade.

Um dos exemplos mais assustadores para a população de Campinas se refere a água, que nos últimos dias viu a tentativa de golpe da SANASA, que teve um segundo aumento da taxa de água no ano barrado pela Justiça. O diretor dessa empresa é um dos que recebe os super-salários da UNICAMP como aposentado, chegando a mais de 40 mil reais, junto com esse valor soma-se o salário de diretor da agência municipal de águas campineiras, que também ultrapassa os 40 mil reais, é muito dinheiro para deixar a boca dos campineiros seca!

Para além desses 14 mil salários pagos na UNICAMP, os debates sobre os super-salários simplesmente apagam uma parcela significativa dos funcionários essenciais para a universidade. Não há nenhum registro público do número de funcionárias terceirizadas da limpeza, que segundo o Acordo Coletivo que consta no Ministério do Trabalho recebem 916 reais como salário-base. Desligadas do corpo de funcionários da universidade (que tem o salário-base de 1600 reais), essas trabalhadoras nunca entraram pela porta da frente da universidade e realmente enxergam alguma função nos corredores e laboratórios que limpam.




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