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Esquerda Argentina | Uma esquerda que se levante e lute pelo voto de milhões

Nicolás del Caño não é um político recém chegado, já milita há 20 anos. A
experiência se combina com sua juventude. Uma das chaves do seu êxito, é
que o que prometeu, ele cumpriu. Disse que lutaria para que os políticos
ganhassem como uma professora e que não se enriqueceriam às custas do
Estado e mesmo que a lei ainda não tenha sido aprovada, ele doa o restante de
seu salário para as lutas operárias e sociais.

quarta-feira 19 de agosto de 2015 | 00:00

Esse jovem lutador enfrentou no parlamento os abusos e as injustiças dos representantes do capital, que teve grande repercussão midiática, como quando enfrentou Capitanich que não permaneceu em sua banca. Saiu a rua para unir-se aos trabalhadores e colocar seu corpo nas lutas. Enfrentando na Panamericana os policiais de Berni, denunciando os gangsters de Pignanelli e bancando os trabalhadores de Lear nessa luta desigual e exemplar que durou meses. Um verdadeiro tribuno operário e popular.

Não é magia nem sorte que o levou a superar um dirigente do tamanho e da trajetória de Altamira. O resultado obtido mostra a necessidade de renovar a FIT, buscando a forma de incorporar e expressar as novas camadas de trabalhadores, mulheres e jovens que se aproximam e se sentem identificados com a esquerda. Esse é o caminho para convertê-la em uma força poderosa longe do caráter testemunhal que quer reservar o sistema.

É estranho que Altamira e o PO tenham descartado uma fórmula onde propunhamos Del Caño como vice, para terminar indo com o companheiro Giordano do IS. Dão somente explicações formais, “que era tarde” e outra desculpa. Não é comum que tenham descartado o acompanhamento de quem conquistou a maior votação executiva na história da esquerda, como os 17% que conquistou Nico este ano para prefeito de Mendoza e que derrotou nada menos que o candidato de Scioli. Assim, Nicolás del Caño é um jovem deputado que em um ano e meio de mandato teve um papel muito destacado. Os mais de 91% dos votos da FIT em Mendoza correspondem à chapa que ele encabeçou. É estranho que descartaram uma lista unitária com uma figura ascendente e que de alguma forma expressa o novo que se aproxima da esquerda.

Não é só Nico, a chapa 1A teve como lema “Renovar e fortalecer a Frente”. Uma mostra disso são os 1800 candidatos operários que acompanharam Nico, o peso das mulheres em cada chapa e a juventude trabalhadora e estudantil que se soma à política desde a esquerda. Isso se expressou também na militância que se pôs em movimento em todo o país ao longo da campanha e na fiscalização. Uma companheira operária, enquanto fiscalizava a urna em uma escola da zona norte de Buenos Aires, rodeada de policiais, começou a recordar as jornadas de luta na Panamericana, e que ela agora estava cuidando dos votos para essa chapa que encabeçava o valente e jovem deputado que foi reprimido junto com os trabalhadores em várias oportunidades. E nessa recordação, sozinha, se emocionou, e conta, que caíram algumas lágrimas. Neste gesto simples, emotivo, mas significativo, que se expressou de distintas formas em milhares de companheiros se sintetiza a força e a moral de quem apostamos pela chapa Renovar e fortalecer a Frente, para enfrentar os capitalistas e seus agentes. Brotou de todos nós um ódio de classe aos exploradores e também nos tocou o orgulho e foi um “up” na nossa moral, contra a atitude depreciativa daqueles que disseram aos meios de comunicação que nos ganhariam por goleada na interna, ou que nos iriam demolir.

Na campanha levantamos os grandes problemas do povo trabalhador, como a defesa do salário e do emprego, e com nossos candidatos apoiando os trabalhadores em luta. A nossa campanha se caracterizou por difundir a ideia de que para enfrentar os planos de ajuste não basta ter o que a FIT conquistou nos anos anteriores. Que é necessário avançar em construir uma esquerda que conquiste a fortaleza para enfrentar esses planos de ajuste, tanto no Congresso, nas Legislaturas provinciais, mas, sobretudo, que ajude a organizar milhares de lutadores, e estar nas ruas e com a mobilização popular junto com milhares de trabalhadores, mulheres e jovens.

É necessária uma esquerda que se levante e seja alternativa frente aos representantes do capital. Temos dito publicamente que, a partir destes resultados, buscaremos trabalhar em comum com aqueles que conformaram a outra chapa a fim de conquistar novos legisladores nas eleições de Outubro. Nossos objetivos agora são FORTALECER A FIT. E para as eleições gerais de outubro cobiçamos conquistar dois milhões de votos.

Porque nós dizemos aos milhões de trabalhadores que votaram em algumas das variantes capitalistas como Scioli, Massa ou Macri que eles são seus carrascos, os que com inflação ou desvalorização voltarão a botar a mão no nosso bolso, os que nos deixam (e deixarão) a mercê de catástrofes como vivem os bonaerenses com as inundações ou os demitidos quando acirrar a crise capitalista. Nós dizemos desde agora, que deixem de votar em políticos patronais e que votem na esquerda. A quem impulsionou renovar a FIT e agora todos juntos vamos pelo fortalecimento da Frente de Esquerda. Porque é uma proposta de independência política dos trabalhadores, inimiga dos capitalistas e também da centro-esquerda. A Frente de Esquerda é a única alternativa dos trabalhadores em outubro.




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