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Dia nacional de mobilizações | Um primeiro balanço do 18A

Uma semana depois da aprovação da nova reforma trabalhista, que unificou bolsonaristas e opositores de direita no dia em que o voto impresso dividiu a Câmara, ocorre um dia nacional de lutas. Embora o 18 de agosto circule há algumas semanas nos calendários das centrais sindicais como dia de mobilização contra a Reforma Administrativa, as ações não vinham sendo construídas amplamente nas bases, como parte da trégua que as direções petistas e do PCdoB concedem ao governo e aos capitalistas.

quinta-feira 19 de agosto de 2021 | Edição do dia

Apesar dessa política, ocorreram paralisações em algumas categorias e manifestações em várias cidades que expressaram uma vanguarda com disposição de luta. Esse é um ponto de apoio fundamental no que diz respeito a como enfrentar a crise que Bolsonaro, o Congresso, o STF e os capitalistas vêm descarregando contra a classe trabalhadora no Brasil. Também são expressão dessa disposição as batalhas parciais travadas em alguns setores neste momento, como a greve da MRV em Campinas, a luta dos trabalhadores da educação em Betim, a greve na Ação Contact Center, empresa de telemarketing em Belo Horizonte, além dos atos e mobilizações que os povos indígenas vêm organizando contra o Marco Temporal e o PL490.

Nesta semana ocorreram ainda ações dos Correios, embora o fato das direções sindicais da categoria em todo o país terem assistido a privatização avançar sem organizar os trabalhadores pese no esvaziamento de qualquer paralisação convocada agora. Em MG foi também a política da burocracia sindical petista que esvaziou e encerrou a greve sanitária.

Têm especial importância cada um desses conflitos e a disposição de luta expressa neste dia 18, embora sejam minoritários, o que se insere no refluxo nas manifestações de rua que já vinha se expressando. Uma dinâmica, aliás, imposta por essa mesma política petista que mantém a passividade nos sindicatos enquanto Lula faz campanha eleitoral pelo país rumo a 2022, costurando alianças com a direita. Uma atuação que, na prática, garante a passividade social necessária e termina contribuindo para que o regime político destrua o que ainda restou dos serviços públicos e dos direitos trabalhistas desde o golpe institucional de 2016, além de avançar em mais autoritarismo.

É preciso fortalecer todos os focos de resistência em curso, organizando um apoio ativo às greve e lutas, se apoiando nessa vanguarda que se expressou em algumas categorias do funcionalismo público, como professores, mas também servidores federais e municipais em algumas cidades. A CSP-Conlutas, dirigida pelo PSTU, e também as Intersindicais, onde quem tem peso é o PSOL, deveriam dar exemplos nas sindicatos onde estão. Também os parlamentares do PSOL poderiam ser parte de cercar de solidariedade essas batalhas e de fazer uma exigência unificada às grandes centrais sindicais para que organizem um plano de lutas nacional que possa erguer nossa classe. O que ocorre é justamente o contrário: tanto nos mandatos quanto nas entidades sindicais e estudantis em que está, a esquerda colabora com a política petista rumo à frente ampla em 2022.

Um caminho que só nos nos fará acumular mais derrotas, porque somente a força organizada da classe trabalhadora, junto aos indígenas, estudantes e todos os setores oprimidos pode reverter o curso de miséria, autoritarismo e superexploração que os capitalistas e seus representantes políticos vêm nos impondo no Brasil.




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