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Recentemente apresentado no teatro do Sesc Campinas, Coro dos maus alunos é uma dramaturgia jovem escrita pelo português Tiago Rodrigues, com adaptação e direção de Tuna Serzedello. Os atores Julia Novaes, Carú Lima, Luisa Taborda, Taiguara Chagas, Johnny Klein e Maria Eugenia Portolano, interpretam os estudantes de ensino médio perfeitamente ao agir de maneira rebelde, solta e descontente com o sistema escolar.

terça-feira 20 de dezembro de 2016 | Edição do dia

A peça se passa numa escola que acaba de receber um novo professor para lecionar as aulas de filosofia em uma determinada turma. Os alunos que pouco esperavam das aulas que se tornam monótonas a cada matéria, acabam por ficar deslumbrados com o jeito diferenciado com que o professor vai tratar os assuntos, e aos próprios alunos. Mas, como de se esperar, os pais e os diretores não veem o método pedagógico no qual o professor usa, e apenas enxergam um perigo ao status quo.

O cenário e o vestuário escolhidos de forma quase neutra, facilita na imagem homogênea das escolas que quase sempre obrigam o uniforme e as carteiras enfileiradas. A iluminação e toda a trilha sonora, também ajudam na criação do clima. Além disso, os atores são fiéis a postura e revezamento dos personagens de diretor, professor e alunos, fazendo com que o público se identifique com seu próprio ser pessoal.

Nos últimos tempos, a educação vem sendo alvo de discussões dentro das escolas, faculdades e governos. As lutas que seguem desde junho de 2013 e com as centenas de ocupações contra a reorganização, e atualmente, contra a medida provisória falam por si só nas ruas, nas músicas e cartazes: “Educação nunca foi prioridade”.

Hoje, intelectuais da esquerda, pedagogos, professores e até mesmo faculdades de educação apontam as falhas e a ilegitimidade da aprovação de uma reforma tão pouco discutida, na qual é até questionável se seria possível dar as condições estruturais as escolas em tempo dobrado e matérias extras com uma Pec que congela os investimentos em educação.

O teatro tem seu poder enorme de exposição dos problemas sociais, e o Coro fez jus a crítica persistente ao sistema das escolas, e a contenção de alunos que de fato participam das aulas questionando e colocando sua opinião em debate.

“Todo mundo ouve um tiro, não se pode escolher não ouvir um tiro”, diz o Coro.

Foi de fato um espetáculo. Poder assistir a peça de pertinho, quase como se cada espectador fosse um personagem dentro da narrativa. A voz que deram aos alunos que nunca são escutados, é significativo, e o coro, traz um pouquinho do que pode ser os estudantes unidos em prol de educação e outras pautas sociais.

Página oficial aqui
Sitewww.arthurarnaldo.com.br
Trailer da peça




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