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GUERRA DE BOLSONARO CONTRA AS UNIVERSIDADES | Ufes anuncia que irá aderir à Greve Nacional da Educação no dia 15/05

Os estudantes da UFES, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-ifes), confirmaram a participação na paralisação para a Greve Nacional da Educação em resposta aos ataques à educação pública.

domingo 5 de maio de 2019 | Edição do dia

Além da perseguição aos professores, Bolsonaro declara guerra aos estudantes. Anunciou na semana passada que quer retirar investimentos no curso de Filosofia e Sociologia, com o sentido explícito de ser contrário ao pensamento crítico. No dia 30 de abril, Bolsonaro anunciou ataques na UFF, UNB e UFBA por "balbúrdia", que logo depois foi generalizada como um corte de 30% para todas as universidades federais.

Segundo o presidente da Associação de Docentes da Ufes (Adufes), professor José Antônio da Rocha Pinto, os cortes que atingem a universidade capixaba começaram desde 2014, sendo intensificados a cada ano. Segundo ele, no ano passado, a Ufes recebeu 70% do orçamento previsto. Com os novos anúncios de Bolsonaro a Ufes sofrerá um impacto expressivo.

Para combater os ataques do governo Bolsonaro à educação é fundamental uma resposta a altura do movimento estudantil, unificando a luta contra a Reforma da Previdência às lutas contra todos os ataques deste governo inimigo da juventude, dos professores e da classe trabalhadora, fazendo do dia nacional de paralisação na educação (15/05) um dia nacional de luta em todas categorias, organizado a partir de assembleias nos locais de trabalho.

Acreditamos que o dia 15 deve ser um dia de paralisação de todas as categorias e que o movimento estudantil tem como tarefa não deixar os professores sozinhos e também paralisar neste dia. Mas sabemos que a majoritária da UNE, com a política levada pelo PCdoB (que apoiou Maia na Câmara) e correntes do PT, que chegaram até mesmo a adiar a data do CONUNE para dias úteis em que jovens trabalhadores não poderão participar, representa um entrave à nossa organização. Para superar essa burocracia precisamos exigir assembleias em cada universidade dos nossos centros acadêmicos e DCEs e exigir que a UNE, enquanto entidade estudantil nacional, articule essas assembleias por todo país, já que não podemos aceitar qualquer divisão das nossas forças.

Contra a política de sucateamento de Bolsonaro, é preciso não apenas defender as universidades e institutos federais dos ataques do governo mas também é necessário questionar seu caráter, visto que muito do conhecimento produzido atualmente lá acaba sendo voltado aos interesses de empresas que fazem o que querem, além de ainda ser um lugar acessível a apenas uma parcela minoritário da juventude.

Por isso, é necessário lutar por uma universidade que realmente atenda às necessidades dos trabalhadores e do povo pobre, levantar o fim do vestibular e a estatização das universidades privadas, para que a juventude pobre e negra que tem que amargar dívidas para bancar suas matrículas possa ver porque defender a universidade pública, e também lutar para erguer outra universidade, em que a pesquisa científica seja livre das amarras do lucro capitalista e possa servir para resolver as grandes mazelas sociais.

Ligamos isso à luta pelo não pagamento da dívida pública para investir num plano de obras públicas que busque resolver o problema gritante do desemprego, que atinge sobretudo a juventude, com a anulação da reforma trabalhista e da lei de terceirização irrestrita, defendendo a redução das horas de trabalho sem redução de salário. Defender o não pagamento da dívida pública também é lutar para ter aposentadorias dignas, se contrapondo às falácias dos que querem colocar a necessidade da reforma da previdência, além de lutar para que tenhamos recursos à educação.

Nós da Faísca lutamos em cada universidade para unificar nossas forças com os professores, e vamos exigir das nossas entidades assembleias bem construídas que possam servir para que os estudantes decidam que no dia 15 de maio vão estar juntos com os professores da rede pública, porque sabemos que esses estão sofrendo dia a dia com uma escola e uma educação cada vez mais precarizada, e porque se hoje são eles, amanhã seremos nós. Precisamos mostrar ao Bolsonaro qual “retorno imediato” podemos dar à sociedade quando a juventude se organiza junto aos trabalhadores, que é a possibilidade de derrotar seus planos.

É por uma juventude marxista e revolucionária que batalhe por um movimento estudantil anti-imperialista, que rechaçe a tentativa de golpe na Venezuela, anti-burocrático e anticapitalista que nós da Faísca e do Pão e Rosas queremos construir o dia 15 de Maio junto aos professores e chamamos todos os estudantes e coletivos que estejam abertos a dar essa batalha conosco a debater conosco como levar essas ideias ao CONUNE.




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