A universidade mais elitista do país terá seu isolamento perfurado pela virada cultural “Por que a USP não tem cotas?”, que acontecerá entre as 18 horas desta Segunda (27) e as 16 horas de Terça (28).
segunda-feira 27 de junho de 2016 | Edição do dia
Com artistas da periferia importantes como Luana Hansen, KL Jay e Eduardo Taddeo, este festival será um marco histórico na luta por cotas da Universidade de São Paulo. Contrariando as proibições de festas impostas pela REItoria, a virada cultural enfrenta a direção da universidade e o governo estadual, fortalecendo o movimento negro da USP que há anos luta por cotas raciais no ensino superior paulista.
O estado de São Paulo tem mais de 30% de sua população autodeclarada negra, e mesmo assim suas principais universidades públicas, USP e Unicamp, não tem cotas. Na USP, cerca de apenas 7% dos estudantes são negros. Essa disparidade de proporção é reflexo da uma universidade fundada e mantida até hoje como espaço restrito para a elite do país, excluindo o povo pobre e negro do ensino superior gratuito. Esse elitismo é garantido pelo filtro social do vestibular, que enquanto continuar existindo servirá apenas para manutenção do elitismo e da entrada de uma maioria branca na USP.
Portanto, é de extrema importância a luta por cotas protagonizada pelos negros da universidade em ligação com os negros e a população pobre de fora dela. Apenas a luta dos oprimidos e trabalhadores poderá arrancar esse direito histórico das mãos da elite racista de São Paulo, que mantém estatuas dos bandeirantes pelo campus da USP. A luta por cotas poderá assim avançar na luta contra o vestibular, em busca de uma universidade aberta para toda a população, cujo conhecimento seja voltado aos interesses do povo pobre e trabalhador e não voltado ao lucro das empresas privadas como acontece hoje.
Confira a programação da virada cultural “Por que a USP não tem cotas?”:
https://www.facebook.com/cotasusp/photos/gm.1713145778950710/1701306776798894/?type=3&theater
